terça-feira, 10 de maio de 2011

Impressões de primeira viagem:Chile

Saindo do aeroporto,o primeiro sentimento ao pisar em território chileno foi de frio(não à toa o adjetivo de origem inglesa chilly-com o mesmo som de Chile-quer dizer "sentir frio").O aeroporto é um pouco distante da cidade(como o do Rio).No caminho deu para perceber a boa qualidade do asfalto da cidade de Santiago(durante toda a viagem não me lembro de uma rua esburacada,mesmo em áreas mais pobres da cidade).A chegada ao hotel acontece por volta das 22h.Resta tempo para jantar,arrumas as coisas no quarto e dormir para,no dia seguinte,conhecer um pouco do Chile.
O ônibus turístico chega ao hotel às 9h para o city tour.fomos,lentamente,observando os traços da cidade,que tinha,de forma charmosa,o rio mapocho a cortando de ponta a ponta(o rio têm uma extensão de 96 quilômetros).O comércio abre tarde(por volta das 10h,10:30h),inclusive as bancas de jornais.Eu estava doido para comprar um periódico chileno e a sorte me favoreceu:na primeira parada do ônibus,em uma praça em frente ao palácio de la moneda(sede do governo chileno que têm como presidente Sebastián Piñera)acontecia uma exposição da semana da imprensa.Resultado:peguei todos os jornais de Santiago e de cidades próximas.Os policiais da cidade são chamados de "los carabineros" em referência a carabina.Outro fato curioso que pode ser destacado após alguns minutos de caminhada na praça é a enorme quantidade de cachorros,de todos os tamanhos e raças,devido a proibição do governo de se matar os animais.
Pouco depois do almoço em um restaurante no centro(sendo o pescado o principal prato da região)fui visitar a vinícula Concha y toro,a maior do Chile,sendo exportadora de vinho para mais de 110 países pelo mundo.Chegando lá o visual é deslumbrante:jardins de beleza inenaráveis se misturam com um lago artificial e com a plantação,extensa,de vinho.Confesso que não sou muito fã de vinho,mas foi uma experiência ímpar visitar essa vinícula e degustar alguns de seus vinhos que,pela minha ignorância sobre o tema,não sei dizer o quão bom são.Além da exportação de vinho,a pesca e o cobre são outros grandes componentes da economia chilena.

Fotos por Danielle Grave

A cordilheira dos andes foi o destino no dia seguinte.Para subir até o resort valle nevado,que fica a 3000 metros do nível do mar,tivemos que percorrer um longo caminho de van.Chegando lá,subi cerca de 200 metros a pé,para ver uma das visões mais privilegiadas do mundo.A cordilheira têm esse nome em referência aos caminhos que existia entre as plantações,denominados pelos colonizadores espanhois da época de andes.Em um certo ponto não consegui subir mais,e a descida foi bem complicada(ainda bem que não têm vídeo dessa descida...),mas valeu a pena,pela visão magnífica que proporciona o local.A cordilheira protege o país de muitos eventos da natureza.Por um lado o Chile é protegido pelo mar,de outro pela cordilheira e no alto têm o deserto,que deixa o território do país praticamente isolado.Por esse motivo o chile é uma área privilegiada para a produção de vinhos,sendo os seus os melhores do mundo.


Na área cultural,destaco minha visita no múseo do Pablo Neruda,construído em uma de suas residências,na cidade de Valparaíso.a casa era de cinco andares,sendo o último o mais apreciado pelo escritor:sua mesa ficava perto de uma janela com vista para o oceano pacífico.Neruda era um admirador confesso do mar,mas preferia muito mais contemplá-lo do que navegá-lo.O escritor,que ganhou o nobel da literatura,também tinha seu lado impaciente:Neruda construiu um banheiro para ele,ao lado do convencional,já que sua mulher demorava muito tempo no banho.Em Valparaiso,região onde se localiza a casa do escritor,é localizado o principal porto do país.também na cidade podemos ver algumas favelas,e áreas mais pobres.
Entrar no Estádio Nacional do Chile foi muito fácil.de um lado pela desorganização da administração do estádio(já que não existe forma de marcar uma visita ao local),de outro pela sorte(já que no dia que fomos lá acontecia uma competição intercolegial de atletismo,e o segurança nos deixou entrar).Os lugares são todos com cadeiras,o gramado é bom e não existem pontos cegos no estádio.A área em volta do estádio é grande,o que possibilita uma saída tranquila do estádio.O Brasil foi campeão mundial em 1962 naquele campo.Fiquei muito aliviado ao ir nesse local histórico,já que foi o lugar mais complicado de conseguir informações de como entrar(se é que existiram informações).


Acompanhar um jogo em um país diferente é no mínimo estranho,mas divertido.Chegando ao estádio monumental(estádio do colo colo,localizado em uma área distante da cidade,perto da cordilheira)o clima não era tão diferente de um estádio daqui.A torcida do O´Higgins(rival do Colo Colo naquela peleja) chegou eum um ônibus fretado,acompanhado por dois ônibus da polícia.Os jogos no país costumam ser bem mais "agitados" e perigosos,mas o clima naquele dia era favorável:era feriado do dia das mães no país.Muitas crianças foram ao estádio com suas mães,comprando pacotes promocionais do clube.Cerca de 9 mil pessoas viram o Colo Colo fazer 5 a 1 no O´Higgins.Castillo,ex arqueiro do botafogo,é o jogador mais conhecido do clube que têm no argentino Miralles(que,dizem lá,vai para o Grêmio)o seu principal jogador.Na volta para casa o taxista fala um pouco do clima perigoso nos estádios chilenos em jogos importantes,como Universidad x Colo Colo.
A impressão que tive do Chile foi boa.O metro é muito bom(melhor que o do brasil),o frio é sustentável(pelo menos naquela época do ano),poucos mendigos vagam nas ruas,a população é educada(porém introvertida) e a cidade têm pontos lindos,assim como locais de construções mais precárias também(como qualquer lugar do mundo,diga-se de passagem).Se você quer viajar e não têm o dinheiro suficiente para ir para grandes centros turísticos,como Paris,Madrid e New York city,o Chile é uma boa saída.Até por isso,o número de brasileiros lá é grande.Vale a pena!

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