quinta-feira, 28 de julho de 2011

Alegria e ousadia

Neymar da Silva Santos Júnior é um jovem atacante do Santos Futebol Clube que é considerado a maior promessa do futebol brasileiro nos últimos anos, sendo também, aos 19 anos, titular e principal jogador da seleção brasileira de futebol. Ronaldo de Assis Moreira é um futebolista brasileiro de 31 anos que já foi eleito melhor do mundo, já atuou no melhor do mundo(Barcelona) e atualmente defende o clube de maior torcida do Brasil, o Clube de Regatas do Flamengo. Na maioria das vezes os verbos para falar de Neymar são conjugados no futuro e os para tratar de Ronaldinho estão quase sempre no passado. O fato é que ontem à noite esses dois jogadores foram realidade e fizeram atuações sublimes em um jogo eletrizante e fantástico no qual o Flamengo venceu o Santos por 5 a 4 na Vila Belmiro.

Antes do jogo a expectativa era a de uma grande partida, tendo em vista que grandes craques(ou quase isso) atuariam nos dois lados do campo: do lado rubro-negro Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves formam uma bela dupla de meio de campo, enquanto do lado alvinegro da história Neymar e Paulo Henrique Ganso formam dupla tanto no Santos quanto na seleção brasileira, passando pelos pés desses dois atletas o futuro do alvinegro da Vila e da seleção nacional. Além dos craques, estavam presentes também coadjuvantes que seriam estrelas principais em outros grandes times: Willians(maior ladrão de bolas do futebol brasileiro desde 2009) e Leonardo Moura(um dos maiores laterais direitos atuando em gramados nacionais nos últimos tempos) eram coadjuvantes de luxo no Flamengo, enquanto pelo lado da Vila famosa Arouca(que merece, e muito, uma vaga na seleção há tempos pelo bom trato que tem com a bola) e Elano(que é quase sempre lembrado por Mano Meneses em suas convocações) formam dupla de coadjuvantes que poderiam muito bem ser peças principais.

A peleja começou a mil por hora, com as duas equipes buscando atacar, mas foi o Santos de Ganso que brilhou. Enquanto o rubro-negro, comandado por Ronaldinho Gaúcho, criava boas chances, o Santos, comandado por Neymar, convertia em gols essas boas chances. Na primeira Neymar conseguiu ganhar na técnica e na raça dos defensores rubro-negro, fazendo com que a redonda chegasse nos pés de Elano, que acertou um lançamento lindo para Borges completar a bela jogada com um toque no canto do goleiro(Borges esperou até o último segundo para definir onde colocaria a bola). Logo depois Ganso meteu uma bola magistral para Neymar que chutou, a bola voltou pra ele depois da defesa do goleiro e o atacante, mesmo caido, conseguiu fazer com que a bola chegasse em Borges, livre mais uma vez, que só empurrou para o fundo das redes: 2 a 0 e show de bola e eficiência do Santos.

O terceiro gol santista merece um parágrafo próprio, um parágrafo especial, pois ele foi mais que especial: foi um gol de gênio, desses que vemos de tempos em tempos, que passa na tv por anos e anos e ninguém se cansa de ver. Neymar fez lembrar os gols que Pelé fazia naquela mesma Vila, tão acostumada com jogadas geniais. Vila que sentia saudade de momentos como aquele e que se deliciou com cada segundo. Neymar pegou a bola na ponta esquerda e passou de forma sensacional por dois marcadores rubro-negros, partindo em velociadade para a área quando tabelou com Borges. O garoto santista recebeu na frente de cara com Ronaldo Angelim e, como em um passe de mágica, jogou da perna direita para a esquerda e deu um drible espetacular no zagueiro rubro-negro, que ficou sem reação. Cara a cara com Felipe o craque santista só tocou com categoria na saida do goleiro para completar a jogada de ousadia que virou um gol de gênio, gol de Neymar.

Parecia que o jogo estava ganho pelo Santos e, como dissse o arqueiro rubro-negro Felipe, parecia uma noite em que o Flamengo teria que se segurar para não tomar mais gols. Mas, na prática não foi assim. Em mais uma boa jogada do garoto Luíz Antonio pela ponta direita(a terceira dele nas costas de Léo) a bola sobrou no meio para Ronaldinho(após falha de Rafael) sozinho, que só empurrou para o fundo das redes. Gol de honra? que nada. A avenida Léo estava aberta. Dessa vez Leonardo Moura chegou no fundo e cruzou na cabeça de Thiago Neves(poucos laterais hoje em dia têm essa capacidade, por incrível que possa parecer), que fez o segundo tento rubro-negro. Luz amarela no Santos. A pressão rubro-negra era grande, mas aos 41 minutos Willians fez pênalti(segundo o juíz. para mim não foi nada) em Neymar. Elano(que perdera de forma ridícula um pênalti na Copa Améria) tentou dar uma cavadinha e a bola acabou ficando nas mãos de Felipe, que ainda tirou sarro com o meia santista fazendo embaixadinhas. Quem não faz... Ronaldinho cobrou mais um escanteio no primeiro pau. Dessa vez Deivid estava atento o suficiente para empatar o jogo para o Flamengo: 3 a 3. E isso era apenas o primeiro tempo!

O Flamengo saiu para o intervalo com moral após o empate, mas foi o Santos que marcou primeiro na segunda etapa: Logo no início do segundo tempo Léo deu um grande passe para Neymar penetrar na área e fazer o quarto do Santos, o segundo dele na partida. O jogo continuou lá e cá e o que resolvia eram as jogadas técnicas dos craques. Em uma, dessas Ronaldinho sofreu falta na entrada da área e cobrou por baixo da barreira, fazendo o goleiro Rafael ficar sem reação. Eu já vi jogadores baterem por baixo da barreira, mas por mero acaso, chute errado que acabou se tornando certo. No caso de Ronaldinho não foi isso. Foi sagacidade, esperteza, genialidade. O Flamengo empatara de novo.

O jogo passou a ser ainda melhor. O Santos partia para o ataque e o Flamengo dava a resposta. Nesse meio tempo Felipe fez, pelo menos, duas grandes defesas(uma em um chute de Neymar e outra em cobrança de falta de Elano). O Flamengo aguentou a pressão e, em um contra-ataque bem armado, conseguiu o que parecia improvável: o gol da vitória. Ronaldinho Gaúcho recebeu de Thiago Neves na ponta esquerda e bateu com precisão no canto baixo esquerdo de Rafael: 5 a 4 Flamengo. Era o terceiro tento do alegre Ronaldinho no jogo. O placar espetacular refletia a grande partida que era disputada. Depois do quinto gol do Flamengo o Santos ainda tentou marcar, Alan Kardec entrou(e nem tocou na bola), o Flamengo teve chances de marcar o sexto em contra-ataques, mas a partida terminou com nove gols mesmo. Três do alegre Ronaldinho e dois do ousado Neymar.

Quem pagou ingresso para ir no estádio Urbano Caldeira ontem saiu satisfeito. Mesmo o torcedor do Santos, que não saiu com os três pontos, teve motivos para ficar feliz, pois viu uma partida histórica, épica. Jogos assim no futebol atual são cada vez mais raros. Só nas décadas de 50 e 60 placares como este eram comuns, já que os times atacavam com cinco, seis atletas. Foi o que se viu ontem na Vila. Tinha que ser a Vila, tão acostumada com jogos como este... Alegria e ousadia foram o lema, não só de Neymar, mas de todos que entraram no gramado da Vila famosa ontem. Os jogadores proporcionaram uma partida que há tempos não se via no país. Infelizmente, difícilmente veremos uma partida como essa, que relembrou os tempos em que o futebol era jogado para frente. Eu poderia muito bem ressaltar nesse texto os erros defensivos das equipes ontem a noite(que foram muitos), mas prefiro ressaltar o futebol jogado em sua essência. Futebol é o que foi jogado ontem, em sua plenitude, na Vila Belmiro. O jogo de ontem lavou a alma do torcedor brasileiro, que já estava se acostumando com jogos medíocres e times jogando para não perder. Pena que a noite de ontem não durou para sempre.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O time em que todos marcam

O Corinthians é o líder disparado do campeonato brasileiro (com sete pontos a mais que o vice líder). Ontem a vitória em cima do Botafogo em São Januário só confirmou a boa campanha da equipe paulista e o estilo de jogo imposto por Tite à seus jogadores: todos marcam. E atacam quando necessário. Tite utiliza o mesmo esquema de Mano na seleção (o 4-2-3-1). A diferença do time de Tite para o de Mano? No Corinthians todos marcam. Na seleção nem Pato, nem Ganso e nem Neymar voltam para marcar. Grande diferença.

O 4-2-3-1 foi o legado da Copa da África do Sul. Legado extremamente positivo, tendo em vista que o legado da Copa da Alemanha foi um retranqueiro e burocrático 3-6-1. O 4-2-3-1 é a cara do futebol moderno(jogo de muita força física), no qual todos têm que marcar e atacar na hora certa. Os pontas voltaram ao futebol, dessa vez com a função de marcar, além de continuar fazendo jogadas de velocidade no fundo do campo. O centro-avante já não é mais tão preso na área e ajuda a marcar. Enfim, o esquema é o mais usado atualmente e atende a todas as exigencias do futebol moderno.

Acompanho futebol sempre e fico também de olho em esquemas táticos. Não me recordo de ter visto um time jogar tão bem no 4-2-3-1 quanto o Corinthians de Tite. Os laterais Welder e Fábio Santos apoiam na hora certa, um de cada vez para não comprometer a defesa); os volantes Paulinho e Ralph protegem bem a defesa e, vez por outra, aparecem como homem surpresa no ataque para ajudar; Na meia Danilo é o cérebro do time, ditando o ritmo do jogo e ajudando na marcação(não tanto quanto os outros pela idade);  Nas pontas Jorge Henrique e Willian(como corre esse jogador...) atacam e defendem quando necessário com a mesma velocidade; Como centro-avante Liédson define, muitas vezes, o jogo com seu faro de gol, sem deixar de ajudar na marcação também.


4-2-3-1 de Tite

O segredo do time de Tite é exatamente a marcação. Todos marcam. O timão é quem mais desarma no brasileiro exatamente por isso. Tite conseguiu fazer um esquema eficaz. E mais: as opções no banco de reservas são do nível dos titulares. Émerson pode entrar no time a qualquer momento, assim como Alex ou Edenilson. O banco de reservas é também uma prova de que no elenco corinthiano a vaidade não têm espaço, já que Alex custou sete milhões de euros e aceita numa boa a reserva, em favor do bom desempenho da equipe.

O Corinthians não é um daqueles cavalos paraguaios, que no início do campeonato abrem pontos de vantagem e vão caindo depois com o decorrer das rodadas. O time vem jogando muito bem. Vem fazendo valer o esquema e mostrando como se deve jogar no futebol moderno, sem vaidades e correndo em favor do melhor do time. O bem do clube vai acima do bem próprio. Assim que têm que ser. Só fico com uma dúvida: Será que Adriano se encaixaria nesse esquema? e mais: será que o Imperador aceitaria ser súdito e se encaixaria na filosofia imposta por Adenor Tite? Perguntas que só o tempo e Adriano dirão. Mas se o Corinthians manter essa pegada e esse pensamento até o final da temporada, não tenho dúvida de que será o campeão brasileiro. E com muita justiça.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A maior banda de todos os tempos?!.

Entitulo esse texto com uma afirmação que é ao mesmo tempo uma pergunta e um desafio, por tratar de uma banda lendária que teve seu fim de uma forma triste e que deixou milhões de fãns ao redor do mundo tristes. A afirmação que vira pergunta e desafio diz respeito a quatro garotos que saíram de Liverpool para conquistar o mundo. Trata-se de dez anos em que Paul MacCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr se dedicaram ao máximo a transformar a história da música mundial. The Beatles conseguiu em dez anos escrever o nome desses garotos na história da música e ao mesmo tempo mudá-la. The Beatles se transformou em Beatlemania e conquistou o mundo. Quem diria que aqueles garotos provenientes de pobres bairros da decadente Liverpool conseguiriam tanta coisa em dez anos!

A banda nem sempre foi composta por Paul, George, John e Ringo. Pete Best foi baterista da banda de 60 até 62 e Stuart Sutcliffe foi o primeiro baixista do grupo. No decorrer dos anos os Beatles foram se formando. Em 62 Ringo Starr foi incorporado aos Beatles no lugar de Pete. Ringo já tinha tocado algumas vezes pelos Beatles e Hamburgo e aceitou prontamente a proposta feita por Brian Epstein,empresário do grupo desde 61, quando foi a um show dos Beatles no Cavern Club e se encantou com a desenvoltura daqueles garotos.

Uma vez John Lennon disse que não cresceu em Liverpool e sim em Hamburgo. O fato é que depois da chegada de Pete Best aos Beatles(em meados de 1960, ainda no início da banda) os Beatles receberam um convite para se apresentar em Hamburgo, onde a noite não terminava. As bandas que lá se apresentavam tinha de tocar bem por várias horas em sequencia para não serem vaiadas pelo público. Com a prática que os Beatles ganharam tocando em Hamburgo(Já que tocavam por sete, oito horas seguidas por noite) o grupo evoluiu muito musicalmente na cidade. John estava certo, os Beatles começaram a se aperfeiçoar em Hamburgo, ganhando muitos fãns com essas viagens.

Em uma dessas turnês em Hamburgo(na primeira), Stuart Sutcliffe conheceu a Astrid Kirchherr, que foi quem deu a idéia(junto com Epstein) de mudar o visual dos Beatles, fazendo-os adotar o terno e a gravata e o cabelo "estilo Beatles". Astrid fotografou toda a primeira viajem dos Beatles na alemanha. Nessa turnê Stu acabou se apaixonando pela fotógrafa e largou a banda para viver com ela em Hamburgo. Na turnê dos Beatles na cidade em 1962 a banda ficou sabendo da morte de Stuart por uma hemorragia cerebral.

As mudanças nesse ano não paravam. Além da morte de Stu, a banda fechou um contrato com a gravadora de George Martin para gravar um disco solo. Martin não gostou inicialmente da banda e pediu que a banda mudasse seu bateirista. A decisão foi difícil, mas Epstein foi encarregado de dar a má notícia a Best. Os fãns não gostaram nada, mas quando Ringo Starr foi incorporado ao grupo os Beatles começaram a fazer sucesso nas paradas musicais da época.

Aos poucos os Beatles foram alcançando o primeiro lugar e implacaram uma sequencia nunca antes visto de singles no top das paradas musicais. A banda se tornava sucesso na Inglaterra. Para conquistar o mundo faltava apenas fazer sucesso nos EUA. Aliás, a inspiração do rock ´n´roll Inglês da época vem exatamente dos discos americanos que chegavam à navio na cidade. Não demorou muito e os Beatles fizeram sucesso também na terra do Tio Sam, conquistando de vez o planeta.

A banda chegou ao top em dez anos. emplacou músicas como "Love me do", "I want hold your hand", "Revolver", "Yesterday" e "Let it be". O grupo chegou no auge, não havia mais o que conquistar. Até de filmes eles participaram(embora o sucesso não foi igual ao musical). A partir dai que um problema começou a ficar exposto: As inúmeras discussões entre Paul e John.

Depos da morte do empresário Epstein(em 67), John acusou várias vezes Paul de tentar assumir o grupo, de tentar controlar os demais integrantes da banda.Os Beatles ainda gravaram alguns disco até o anos de 1970, quando a banda decidiu anunciar o seu fim. Os Beatlesmaniacos não acreditavam no que eles anunciavam. Ano após ano os fãns aguardavam a volta da maior banda de todos os tempos. Em 1980 a esperança acabou quando um assassino matou John Lennon na entrada de sua casa. Os Beatles jamais poderiam ser vistos tocando juntos novamente. O fim chegou de vez.

O título de "A maior banda de todos os tempos" não é à toa. Os Beatles seguem vendendo discos(CD´s né!) até hoje. Foram até então vendidos mais de um bilhão(isso mesmo!) de discos e CD´s da banda. Os Beatles foram eleitos na revista times uma das pessoas mais influentes e importantes do século XX. Eles revolucionaram a música e o mundo e são lembrados até hoje. Após escrever nesse texto um pouco da história dos Beatles cheguei a uma conclusão e reformulo o título: Os Beatles são "A maior banda de todos os tempos". Nem o tempo apagará o que eles fizeram.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Homenagem a um argentino de alma carioca


Conca treina em sua ex casa, as laranjeiras/ Foto: Site oficial do Fluminense F.C

No ano de 2007 chegou ao Vasco um Argentino que muitos não conheciam. Sem muito cartaz, o meia canhoto(sendo argentino e canhoto temos certeza de que é habilidoso) chegou da Universidad Católica, após fazer uma boa Copa Sulamericana. O jogador, então com 24 anos, era tímido e dificilmente se adaptaria numa cidade como o Rio de Janeiro, famoso pela noite e pelas opções de lazer que os boleiros já estão mais que adaptados. Seu nome era Dario Conca e ele se apresentou ao grande público carioca no dia 3 de janeiro de 2007, quando, em entrevista coletiva ao lado do então presidente Eurico Miranda, Conca já mostrava toda a sua timidez e seu avesso a aparecer em público.

Nos primeiros meses de Vasco o tímido argentino teve um pouco de dificuldade em se adaptar a cidada e em deixar sua família em sua terra natal, a província de Tigre, na grande Buenos Aires. Mas, quando o argentino começou a ter oportunidades na equipe da cruz-de-malta a timidez ficou totalmente de lado e o meia foi ganhando o carinho da torcida vascaína. Confesso que vendo aquele meia jogar com a camisa oito do meu time fiquei encantado. Há tempos o Vasco não tinha um meia com aquele entrosamento com a bola. Pena que não durou muito.

Conca fez cerca de 35 partidas no ano de 2007 pelo Vasco e, no início de 2008 foi negociado para o Fluminense, já que o River(a quem o atleta pertencia) não aceitava mais emprestar o jogador. O Flu(leia-se Traffic) chegou com o dinheiro e levou o jogador para as laranjeiras como principal reforço para a disputa da Libertadores de 2008. Naquele time o argentino era coadjuvante, já que atuava ao lado de Thiago Silva, Thiago Neves, Dôdo, Washington, Leandro Amaral... Mas o Fluminense deve muito de sua grande campanha naquela competição(na qual alcançou o vice campeonato) a Conca.

Pouco a pouco Dario Conca foi ganhando a torcida tricolor, que necessitava de um ídolo, já que Thiago Neves e Thiago Silva(O Monstro!) saíram do clube em 2009. O auge dessa admiração recíproca(entre ele e a torcida) foi na temporada 2010, quando ao fim dela o jogador pode comemorar com a nação tricolor presente ao Engenhão o título do Campeonato Brasileiro, o mais importante do Clube desde a década de 80. Conca foi carregado nas costas e ovacionado na volta olímpica. O argentino ganhou o prêmio craque brasileirão 2011, virou até bandeira da torcida tricolor e escreveu de vez seu nome na história do clube e nos corações dos tricolores espalhados pelo Brasil.

A temporada 2011 começou turbulenta para o tricolor das laranjeiras: Muricy(técnico da conquista do Brasileiro) pediu demissão, Alcides Antunes(vice de futebol) foi demitido, o time foi eliminado no Carioca e depois na Libertadores. Porém a idolatria de Conca não foi abalada em nenhum momento. Fred, outro ídolo recente tricolor, chegou a ser vaiado no Engenhão, mas Conca não foi em nenhum momento. Em todo o jogo do clube em casa o nome do argentino era gritado, Conca era ovacionado e tinha o apoio de 100% da massa de tricolores.

O ano vinha sendo bom também fora das quatro linhas: Conca foi homenageado na câmara dos vereadores do Rio de Janeiro e recebeu a medalha Pedro Ernesto e título de cidadão carioca. Depois da homenagem, o argentino de alma carioca disse que "O carioca é muito simpático, recebe bem todo mundo, e isso foi muito importante. Hoje não tenho vontade de sair daqui. Quero continuar por muito tempo mais". As palavras demosntraram o amor do argentino pelo Rio e pelo Fluminense, mas tudo um dia acaba.

Nessa semana um grupo de empresários chineses chegou ao Rio com o objetivo de levar o "Hamister"(como é chamado pelos companheiros de clube) para o mundo oriental. Na primeira vez que Conca sentou à mesa com os homens de olhos puxados o argentino agradeceu, mas disse que não tinha conversa. na terceira Conca era o novo reforço do Guangzhou Evergrande(fiz um curso pra conseguir escrever esse maldito nome), que já conta com Renato Cajá(ex Botafogo) e Muriqui(ex Atlético-MG). Conca,que disputou mais de 200 jogos com a camisa tricolor, deverá mesmo deixar o clube. O salário astronômico(que deve girar em torno de 1,6 milhão/mês) seduziu o argentino, mas isso será apenas um até breve, pois ao término do contrato Conca deve retornar ao Flu.

Acho que difícilmente antes uma cidade transformou tanto um jogador, asssim como um jogador transformou a história de um clube. Como vascaíno gostaria que Conca ficasse a carreira inteira no Vasco, mas na época não foi possível. Hoje os tricolores devem sentir mais ou menos isso, multiplicado por mil. Conca passou pelo futebol brasileiro e fez história, ganhou milhões de fãns no país(isso sem ser marqueteiro) e vai deixar também uma saudade imensa. Tomara que o adeus seja só um até breve e que daqui a dois anos possamos ver novamente esse argentino atuar em terras tupiniquins.