segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Os fatos e as verdades do futebol

O Barcelona deu um banho de bola no Santos, fez quatro a zero e conquistou o Mundial de Clubes da FIFA de 2011, disputado no Japão. Isso é fato. Que o Barcelona é o melhor time do mundo e uma das maiores máquinas de jogar futebol da história também é. Mas, essa semana, ouvi muitos jornalistas, torcedores e críticos de botequim diminuirem o valor do Santos e do futebol brasileiro baseados no jogo. Vamos às minhas verdades (já que existem muitas verdades e poucos fatos no futebol).

Não é por um jogo que um time vira bom ou ruim. Vejo esse Santos jogar desde o Campeonato Paulista, passando pela grande Libertadores (onde o time da Vila jogou muita bola) e pelo Brasileirão (onde sofri aos montes vendo Neymar partindo para cima de Renato Silva - ah, Renato Silva!). A conclusão que chego é que o time do Santos é uma baita equipe (com um grande treinador), mas tem uma defesa frágil.

A defesa do Santos não é a pior defesa do mundo, mas tem muitas deficiencias (e, para suprir um pouco dessas deficiencias, Rafael faz milagres na meta). No meio, o time conta com volantes habilidosos (quem não queria um Arouca, ou um Henrique - e mesmo um Elano, apesar da má fase - em seus times de coração?). Do ataque nem precisamos falar da maestria (embora às vezes seja à passos de tartaruga) de Ganso, da magia encantadora e mutável de Neymar e do oportunismo de Borges.

Temos de levar em conta todos esses aspectos, tanto os positivos quanto os negativos, na hora de julgar as qualidades futebolísticas dessa equipe. "Os fãs de hoje são os linchadores de amanhã", já dizia Cazuza (que falava do passado, do presente e do futuro, como sempre). Os mesmos torcedores/críticos/palpiteiros de ocasião que adoravam o time do Santos há um tempo atrás dizem que esse time é pífio, que a defesa é fraca (um fato, não uma verdade), que Léo é velho, que Elano já foi melhor, que Ganso não tem vontade de jogar e que Neymar não é isso tudo.

Não podemos usar muito o jogo do Barça para tirar conclusões como essas. Não existem nenhuma equipe no mundo (neste mundo e no mundo de anos atrás) comparada a essa Barça, que golea o Madrid no Bernabéu, atropela o Arsenal no Emirates e destrói o Santos no Japão. O Santos não é tão bom quanto falavam no início do ano nem tão ruim quanto falam hoje. Existe o meio termo que acha o nível exato em que esse time está.

Outro paradigma que cai aqui é o de que o futebol europeu é extremamente superior ao nosso, é um futebol de outro mundo, enquanto estamos num mundo infinitamente inferior. Menos. Também não sou daqueles que acham que o Madrid brigaria por Sul-Americana no Brasileirão, que penará ao enfrentar o Coelho em Minas (olha que eu já ouvi isso...). O futebol brasileiro não é tão inferior, mas também não sejamos tolos. Temos nossos defeitos e temos muito o que melhorar, mas esses defeitos não aumentaram depois da peleja de domingo. Aquilo não vale como modelo, pois, se o futebol europeu não é de outro mundo, o Barça é.

Mãos à obra e, quem sabe um dia, ainda veremos um time que jogue em nossos campos, mas que não pertença a nosso planeta. Um dia esse time nascerá, conquistará o planeta terra e, depois de deixar os humanos em êxtase, se encontrará com Pelé e companhia em algum lugar da galáxia.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um ano para se orgulhar

O Vasco foi vice campeão brasileiro. Para muitos, vice de novo. Para outros, uma posição digna que encerrou o ano da volta de um Gigante à disputa por títulos. O Vasco não disputava títulos nacionais desde 2001. A conquista da Copa do Brasil e o vice campeonato brasileiro deste ano trouxeram de volta o Gigante, que estava adormecido.

A temporada do Vasco começou da pior forma possível: três derrotas para três equipes pequenas nas três primeiras rodadas do Estadual. O resultado foi a demissão de PC Gusmão e a chegada de Ricardo Gomes. Como aconteceu com o Botafogo no passado (quando a equipe tomou de seis do Vasco e deu a volta por cima, sendo campeão carioca), o Cruz-Maltino deu a volta por cima.

Ainda no Carioca, o Vasco chegou até a final da Taça Rio, perdendo-a nos pênaltis para o rival, Flamengo. A melhora era evidente. A prova final de que a equipe tinha melhorado foi a Copa do Brasil. Aliás, a Copa do Brasil não só foi a prova de que a equipe melhorou, mas a de que o time de São Januário voltava ao cenário dos grande clubes do Brasil. Com grande campanha, o Vasco conquistou o título, que garantiu também sua vaga na Libertadores do ano que vem.

O ano acabou? Muitos times (todos, com a exceção do Cruzeiro de 2003), quando ganham a Copa do Brasil, abrem mão do resto do ano e começam a planejar a Libertadores que virá. O Vasco foi exceção. Brigou por todos os títulos que vieram.

Na Sul-Americana, o Cruz-Maltino chegou até às semi-finais, sendo eliminado pela Universidad, considerada uma das melhores equipes da América (equipe que enfiou, inclusive, uma goleada histórica no Flamengo, em pleno Engenhão- tudo bem que não foi só a La U, não é mesmo, Atlético-GO?). Nessa competição, o Vasco conseguiu vitórias históricas, com grandes goleadas em São Januário. A equipe brigou até o fim. Mas não deu.

Já no Brasileiro, o Gigante da Colina brigou pelo título com o Timão até a última rodada. Até o último minuto da última rodada. Faltou pouco. Ao fim do jogo, a torcida que esteve presente ao Engenhão aplaudiu, de pé, o time, incentivando os jogadores, afinal, eles proporcionaram momentos mágicos para os adeptos durante essa competição (como, por exemplo, na partida contra o Flu, com gol nos acréscimos).

Por tudo isso citado, o balanço que faço de 2011, tanto como crítico quanto como torcedor, é extremamente positivo. O Gigante acordou e brigou, novamente, por todos os títulos em disputa. Não se contentou apenas com uma Copa do Brasil (ou com um Estadual e com uma vaga na Libertadores, como alguns, que tinham isso como "pojeto"). O Vasco foi grande e orgulhou sua torcida. Como torcedor, senti muito orgulho do meu time esse ano. Que ano que vem seja melhor ainda! Saudações vascaínas!

sábado, 3 de dezembro de 2011

O último suspiro de um Brasileirão de tirar o fôlego

E, finalmente, o Campeonato Brasileiro chegará ao fim. O Campeonato Brasileiro mais emocionante dos últimos anos terá seu ponto final amanhã. Alguns irão comemorar, outros não. A segunda-feira pode ser o céu ou o inferno, dependendo do resultado de seu time de coração. O título, as vagas na Libertadores, na Sul-Americana e as vagas (que ninguém quer) na Série B estarão em disputa amanhã, às 17h. O dia promete ser de muitas emoções.
No Pacaembú e no Engenhão, os objetivos são de título tanto para Vasco quanto para Corinthians. Já para palmeirenses e flamenguistas, a alegria maior seria tirar o título da mão dos rivais. Seria como tirar o doce da boca de uma criança. O Flamengo ainda pensa mais alto. Sonha com uma vaga na Libertadores. Para isso, o Rubro-Negro teria de, pelo menos, empatar com o Vasco. Com o jogo empatado, o Fla se classificaria para a Libertadores e, de quebra, tiraria o título do rival. Já o Palmeiras só pensa em tirar osonho do penta do rival. Motivação que é única, mas nem por isso é  menor que a dos rubro-negros.
Os postulantes ao título sofrerão com alguns desfalques na última rodada. No Vasco, Éder Luís e Eduardo Costa, que já são desfalques há algum tempo, continuam fora. Juninho Pernambucano e Allan ficarão de fora da decisão por suspensão. Com isso, Felipe terá que ditar o ritmo do meio de campo do Cruz-Maltino. No Timão os desfalques sérios são Émerso Sheik (suspenso) e Ralf. As duas equipes receberam um apoio especial no dia anterior às decisões. No Vasco, a presença na concentração do técnico Ricardo Gomes deu mais motivação aos jogadores, que ficaram, mais uma vez, emocionados ao reverem o comandande. Já em São Paulo, foi a torcida corintiana que compareceu em peso para dar apoio no último treino da equipe.
Os clássicos que envolvem os postulantes ao título não são os únicos decisivos da rodada. Ainda no eixo Rio-São Paulo, Botafogo x Fluminense  e Santos x São Paulo fazem clássicos importantes. Pelo lado carioca, o Botafogo briga para garantir uma vaga na Libertadores (para isso terá de vencer e torcer contra Coritiba, Internacional,  Figueirense e São Paulo) e o Flu para garantir vaga na fase de grupos da mesma competição. No lado paulista a motivação é a mesma do Tricolor, que, para alcançar a competição continental, além de vencer, terá de torcer contra Inter  e Figueirense.
As outras equipes que também brigam por uma vaga na Libertadores também tem pela frente rivais da mesma cidade. O Figueirense enfrentará o já rebaixado Avaí, que tentará impedir que o Alvinegro Catarinense seja a primeira equipe do Estado a disputar uma Libertadores. O Inter também enfrentará um rival (no caso, o Grêmio) que tem como única motivação tirar a vaga do rival. Já o Coritiba terá a situação mais complicada. Enfrentará seu maior rival, o Atlético, que luta para não ser rebaixado (para isso terá também de torcer contra Ceará e Cruzeiro). 
Na parte inferior da tabela a briga não será menos empolgante. O Ceará terá de vencer o Bahia (que briga por uma vaga na Sul-Americana) e torcer contra o Cruzeiro para não ser rebaixado. Já a equipe mineira terá como adversário o seu maior rival, o Atlético-MG, que quer fazer com que o torcedor celeste sinta a mesma tristeza que os atleticanos sentiram quando o Galo caiu. O Cruzeiro depende apenas de uma vitória para se livrar desse gostinho amargo.
Quem vai ser campeão, os times que vão para a Libertadores ou quem vai ser rebaixado eu não sei. Nem os Deuses do futebol devem saber. Talvez o Sobrenatural de Almeida apareça e surpreenda quem já decretou quem é favoritou e quem não é. Ou não, e tudo aconteça como previsto. O que sei é que a rodada será tão emocionante quanto foi o campeonato inteiro. O torcedor que se segure na poltrona (ou na arquibancada) e que torça para amanhecer no céu na segunda-feira. Caso contrário, os rivais não perdoaram.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Coelho saiu da cartola

"O América Mineiro está rebaixado", decretavam (e ainda decretam) os críticos e entendidos do assunto futebol. "Os clubes que enfrentassem o América na reta final se dariam bem", diziam, sem nenhuma dúvida ou receio. Os matemáticos davam o Coelho como rebaixado. Como se sabe, palpites são palpites e matemática não se enquadra no futebol. Quem enfrentou o América sofreu. Assim como os palpiteiros, que erraram em quase todos os prognósticos.

O líder Corinthians tinha, em seu caminho para o título, o "já rebaixado" América, em Minas. O América resolveu mudar seu mando de campo: ao invés de jogar em Sete Lagoas, a equipe mineira levou o jogo para Uberlândia, onde a maior parte da torcida é do Corinthians. Resultado: críticas aos montes para cima da diretoria do Coelho, que foi acusada de entregar o jogo só para ter mais lucro. Mais uma vez os palpiteiros ficaram para trás e o América ficou com o lucro e os três pontos. David bateu Golias. E com torcida contra.

No jogo seguinte, o Alviverde mineiro foi até o Rio de Janeiro enfrentar mais um postulante ao título: o Fluminense. Mais uma vez o estádio estava lotado, e a torcida era adversária. Mais uma vez o América surpreendeu e fez um partidaço. Jogou muito e conseguiu bater o Tricolor. O Engenhão se calou diante de um surpreendente América, que, após o resultado positico, saiu da lanterna do Campeonato Brasileiro. Os palpiteiros de plantão cairam de novo.

O próximo adversário do Alviverde é o Botafogo, outro candidato ao título. Ou o Botafogo volta a vencer e tenta engrenar para o título ou o América engrena de vez e tenta, com mais solidez, sair dessa zona do rebaixamento, que tanto atormenta os torcedores da tradicional equipe de Belo Horizonte, que subiu da Série B no ano passado e não quer voltar a disputar essa competição.

A queda ainda é iminente. O América tem 31 pontos, seis a menos que o primeiro fora da zona de rebaixamento, outro mineiro, o Cruzeiro. Porém, nas últimas rodadas o Coelho saiu da cartola e vem jogando como nunca. A torcida ainda acredita. Se continuar assim, quem sabe... Talvez o Coelho tenha saído tarde demais da cartola. Talvez a mágica funcione. Palpites?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dinamite errou lá atrás. Agora é tarde.

A semana foi de polêmica quando o assunto era o local do jogo entre Vasco e Botafogo, que será disputado somente no próximo fim de semana. O assunto veio à tona nas mesas redondas do rádio e da Tv e nas ruas depois que a torcida do Vasco se mostrou favorável ao clássico ser disputado em São Januário, local onde o Cruz-Maltino manda todos os seus jogos na temporada, com a excessão dos clássicos. A pergunta é: Por que o Vasco não pode mandar clássicos em Sâo Januário?

Cheguei a ouvir nessa semana, de amigos que torcem por outras equipes e até mesmo de jornalistas que abusam  de boatarias na Tv que São Januário não tem estrutura para receber um clássico. Concordo que os arredores de São Januário não são dos melhores, e as ruas são estreitas, mas não são tão ruins assim a ponto de se marginalizar a área. Cito o exemplo da Vila Belmiro. Quem foi diz que existe uma semelhança muito grande com a área do estádio do Vasco, e nem por isso os clássicos de São Paulo deixam de ser disputados lá. Com relação ao estádio, é impossível não reconhecer a beleza do monumento que é o estádio de São Januário, assim como a grandeza de sua história. Mesmo assim a polêmica é gerada.

Não é de hoje que falamos disso. O assunto começou a ter um certo caráter de polêmica quando o Maracanã fechou as portas para os clubes cariocas para passar por mais uma reforma. Quando o Mário Filho ainda estava apto a receber partidas de futebol, todos os clássicos cariocas eram ali disputados, sem nenhuma polêmica. O estádio era considerado neutro, o que, de fato, era. Inclusive quando o jogo era de maior apelo, o próprio Vasco chegou a mandar partidas contra equipes de fora do estado, com o objetivo de receber um número maior de torcedores (vascaínos, claro) e faturar mais com isso.

Desde que o Maior do Mundo foi fechado para obras, os clubes do Rio ficaram órfãos do maior palco do futebol mundial. Pior que isso, os clubes ficaram sem rumo. A situação foi pior para Flamengo e Fluminense por não contarem com estádios próprios. Mas a falta do Maracanã foi sentida também por Vasco e Botafogo, pois o estádio ainda era o palco dos clássicos regionais para essas equipes. A dúvida então nasceu: Onde serão disputados os clássicos regionais? Se forem todos disputados no João Havelange, o Botafogo levará vantagem, sendo o Engenhão o seu estádio?

Os presidentes dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro se reuniram e chegaram a uma resposta para a questão. Ficou resolvido que todos os clássicos cariocas seriam disputados no Engenhão até a volta do Maracanã, com os ingressos, a renda e as despesas sendo divididos igualmente. Na época, todos os presidentes dos quatro grandes do Rio concordaram e firmaram um acordo verbal.

Da concordância e afirmação do acordo verbal até hoje, diversos clássicos foram disputados no Engenhão e pouco se questionou sobre isso. A diferença é que agora o Cruz-Maltino tem chances reais de alcançar um título de enorme importância que não ganha há mais de dez anos. E o ponto fundamental do questionamento foi a mobilização da torcida vascaína, que levou faixas aos estádios, protestou e fez campanha nas redes sociais querendo a disputa dos clássicos em São Januário. Com a pressão da torcida, Dinamite resolveu se manifestar e tentou mudar o local do jogo do próximo fim de semana entre Vasco e Botafogo para São Januário. Tentativa em vão, pois a CBF negou prontamente o pedido do mandatário do Vasco por, discordância do Botafogo.

O erro de Dinamite foi cometido lá atrás, ao aceitar jogar clássicos em um campo que não é neutro, pois tem um dono, que é o Botafogo. Os jogadores do Botafogo já estão acostumados a jogar no Engenhão, assim como a torcida do Glorioso também já se adaptou ao estádio. A tentativa de Dinamite agora de mudar o local do jogo foi em vão e ele sabia que não chegaria a lugar nenhum, já que o acordo foi firmado anos atrás e o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, está satisfeito com a situação atual.

O Vasco deve jogar em São Januário por uma questão técnica, já que o time treina no estádio todo dia e já conhece o campo, os atalhos que o gramado oferece e o público que normalmente comparece. Financeiramente seria até melhor jogar no Engenhão, pois o público e, por conseguinte, a renda, seriam maiores, mas acredito que o nível técnico tem de prevalecer. Essa polêmica é parecida com a do jogo entre Corinthians e América-MG, quando o Coelho opta por jogar em Uberlândia para ganhar mais dinheiro. O nivel técnico e a boa campanha da equipe mineira em casa na competição, assim como sua torcida, são dispensadas em nome de uma renda maior. No final do campeonato essas decisões podem custar caro. Ou não, e toda essa polêmica foi levantada em vão.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Equipes tradicionais podem voltar a brilhar no velho continente

Ano novo, vida nova. Essa máxima vale para algumas grandes equipes do futebol europeu, que estavam esquecidas e que, neste ano, prometem brigar por taças em seus países e,quiçá, lutar por títulos Europeus. Camisetas tradicionais que estavam esquecidas voltam a sonhar grande. Equipes com torcidas apaixonadas que estavam adormecidas pretendem acordar.

O Sporting não conquista o Campeonato Português desde a temporada 2000/2001, sendo coadjuvante nas últimas dez temporadas. No meio do ano, uma eleição presidencial prometeu mudar o rumo da equipe verde e branca. Godinho Lopes, presidente eleito, entrou e prometeu grandes contratações para a equipe. Para a temporada, os principais nomes vieram do futebol espanhol. Elias (meia da Seleção Brasileira, ex Atlético-MAD), Jeffren (Jovem promessa ex Barça) e Capel (ex Sevilla) chegaram junto com nomes menos conhecidos, mas que até agora vem jogando bem, como os holandeses Wolfswinkel e Schaars. Com bons jogos na Europa League e na Liga Sagres, a tradicional equipe de Lisboa parece ter se reerguido e voltado a sonhar, novamente, com conquistas.

Na velha bota duas equipes tradicionais ameaçam novamente as, até então, soberanas equipes de Milão. A Juventus resolveu abrir os cofres e voltar a pensar grande. Nomes como Andrea Pirlo (ídolo no Milan e na Seleção Azzurra), Arturo Vidal (ídolo no Chile), Elia (jogador da Seleção da Holanda), Lichtsteiner (melhor lateral direito do último Calcio) e Vucinici (ex Roma) chegaram para somar ao grande elenco que a Vecchia Signora formou nesta temporada. Além do novo estádio (que foi inaugurado no início da temporada), grandes jogadores tentarão fazer da Juventus grande novamente.

A Roma, por outro lado, não inaugurou estádio, mas fez contratações pontuais, como as do zagueiro Kjaer (ex Wolfsburg), do meia Pjanic (ex Lyonn), e a dos atacantes Osvaldo e Bojan. Já que o ditado diz que um grande time começa por um bom goleiro, a equipe da capital trouxe o arqueiro Stekelenburg, titular da vice campeã da Copa do Mundo, a Holanda. As duas equipes da Itália não disputam competições européias, porém dentro de casa é fato que Milan e Inter terão problemas.

Na França, uma força maior agiu sobre o Paris Saint German para que a tradicional equipe da capital nacional pudesse se reerguer. Sem títulos e ídolos nos últimos anos, os petrodolares vindos do mundo árabe cairam no momento certo para a torcida. Com esse dinheiro vindo de um fundo de investimento do Qatar (ou não), jogadores de nome como Javier Pastore (Contratado por mais de 40 milhões de euros), Menez (ex Roma), Sissoko (ex Juventus) e o arqueiro Sirigu (que fez carreira de sucesso na itália), além do diretor de futebol Leonardo, chegaram para dar nova cara e a esperança de títulos para a equipe e para o torcedor parisiense.

O último clube que enquadro nesta seleta lista vem de Madrid. O Atlético, que tem nove conquistas de Liga Espanhola e seu currículo, há tempos sucumbe a Real Madrid e a Barcelona. Não acredito que, nesta temporada, a equipe da capital lute pelo título da Liga BBVA, porém, com o bom elenco que tem, a equipe tem condições de sonhar mais alto que uma vaga na Europa League (que sabe uma vaga na Champions ou o título da própria Europa League...). Arda Turan (ex Galatasaray), Diego (ex Wolfsburg), Adrián (ex Deportivo de la Coruña) e Tiago (ex Juventus) são nomes que dão esperanças para os torcedores de que algo de bom pode acontecer ainda nesta temporada.


A renovação (seja presidencial, técnica ou de jogadores) era necessária nesses clubes. Suas torcidas já não aguentavam mais ficar anos sem títulos. Creio que com os novos nomes que conseguiram, Sporting, Juventus, Roma, Paris Saint German e Atlético de Madrid consiguirão bons resultados nesta temporada. Paris merece um bom time de futebol, a Liga Sagres merece algo a mais que Benfica e Porto na luta pelo título, assim como o Calcio merece mais que Milan e Inter, e a Liga BBVA que Madrid e Barça. Tomara que essas tradicionais camisetas voltem a brilhar. Pelo bem do futebol no velho continente.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Nunca veremos tudo

"Eu já vi de tudo". Não caio no erro de dizer esta frase, pois sempre algo de novo acontece. Ainda mais com a internet, que espalha tudo tão facilmente. Um descuido e... Pronto! Caiu na rede é peixe. Peixe conhecido mundialmente, dependendo do caso. Toda semana aparece um vídeo novo no Youtube ou mesmo na Tv que nos faz pensar que nunca veremos tudo. Pensei isso há pouco.

Valencia e Granada jogavam pela Liga BBVA, no estádio Mestalla. A partida estava difícil para a equipe da casa. Num dado momento da peleja, o árbitro Eduardo Gonzalez chamou a atenção. Não, o mediador não deu um pênalti duvidoso nem expulsou alguém de forma errada. Ele deixou o papel de juíz e virou infrator, dando um carrinho sensacional no atleta Canales, do Valencia. O vídeo abaixo fala por mim...



Após este vídeo, pensei que tudo pode acontecer no futebol (e na vida). O Wellinton tem chances com a amarelinha, o Alecsandro pode fazer um gol de bicicleta.... Enfim. Ah, e de curiosidade: A peleja terminou com vitória mínima do Valencia, com um gol do Canales, que, após o término da partida, foi até o juíz e falou: "Canaaaaalhaaa!". Podiam dormir sem essa (o Canales sem o carrinho e você sem o trocadilho). Mas... Nunca veremos tudo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Mil jogos de um goleiro ímpar

Foto:Site oficial do São Paulo

Goleiro é uma profissão diferente das outras. Afirmação idiota, já que nenhuma é igual. Mas a profissão de goleiro têm suas especificidades. Dizem que para ser goleiro têm de ser louco antes. Ou depois. Enfim. Comentaristas dizem que não podem comentar a atuação de árbitros e de arqueiros antes do apito final, já que uma falha pode resultar em uma avaliação totalmente diferente. Quando eu era pequeno queria ser goleiro. Ia para a Quinta da Boavista e me jogava no chão como um louco. Tinha algumas qualidades que um goleiro têm que ter. A loucura era (e ainda é, mas vamos pular isso) uma delas. Desisti porque a loucura não bastou. Rogério Ceni é goleiro, mas não é louco. Essa não é a única diferença dele para os outros atletas de sua posição.

Na década de 90 a Fifa criou uma regra para tornar o futebol mais dinâmico. Nesta regra estava implícito que o goleiro não poderia mais pegar com as mãos a bola recuada (por um companheiro de equipe) com o pé. Com isso, muitos arqueiros ficaram desesperados. Jogar com o pé não é coisa de goleiro. Goleiros históricos como Marcos (que até hoje dá suas pixotadas com os pés), Dida (que foi ídolo no Milan) e Buffon (um dos maiores de todos os tempos) tinham (e tem) muita dificuldade em atuar com o pé. A máxima de que "jogar com o pé não é coisa de goleiro" não serve para Rogério.

O principal diferencial do goleiro do São Paulo foi saber jogar com os pés. Ceni repõe a bola como ninguém, às vezes chega a jogar como líbero e bate falta e pênalti como poucos no futebol mundial. Recuar a bola para Ceni não decorre do desespero, e sim de confiança. Quantas assistências Ceni já deu? Quantos gols ele já fez? Os números mostram que o ídolo São Paulino é mais que um goleiro. E mais que um simples jogador para o Tricolor.

Até o momento, Rogério Ceni é o goleiro que mais fez gols na história. Dificilmente outro goleiro alcançará a marca de 103 gols do guarda meta são paulino. Destes, 56 foram de falta e 47 de pênalti. Na temporada de 2005, Rogério marcou 21 gols. Mais que a maioria dos atacantes do futebol nacional na época. O Palmeiras foi o clube que mais sofreu com as cobranças do goleiro Tricolor, já que levou 7 gols. Só em Campeonatos Brasileiros, Rogério balançou as redes por 49 vezes. O primeiro gol saiu de falta, em uma partida contra o União São João, no Campeonato Paulista de1997.

Os números falam por si só. Hoje mais do que nunca. Ao adentrar o gramado do Morumbi, Rogério Ceni alcançará mais uma marca histórica: mil jogos com a camisa do Tricolor Paulista, algo que só Pelé, pelo Santos, e Roberto Dinamite, pelo Vasco, conseguiram. Não é todo jogador que alcança esta marca. O estádio estará lotado e a torcida prestará uma justíssima homenagem para o ídolo. Rogério Ceni não é melhor nem pior que os outros goleiros. Ele é apenas diferente. E inigualável. Sou fã desse camisa 1 sem precedentes no futebol mundial.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O capitalismo fala mais alto que a esportividade no futebol

O futebol virou negócio. E o clube de futebol não pode mais se dar ao luxo de ficar à margem do universo capitalista. Todos os clubes têm suas fontes de renda, que o tornam sustentável. Alguns conseguem até lucros, que são revertidos em melhorias para os sócios e para os aficcionados (ou não). A cada dia que passa, falamos mais em clube-empresa e em profissionalismo. O mundo caminha para esse lado. O que não dá lucro e o que não é sustentável não consegue seguir adiante. O título, que era o principal objetivo de qualquer dirigente tempos atrás, hoje já pode ser considerado secundário. Os tempos mudaram. A competitividade esportiva ficou em segundo plano, comparada a competitividade do mercado capitalista.

O mundo do esporte movimenta muito dinheiro. Quantos milhões de euros o Real Madrid pagou para ter o português Cristiano Ronaldo vestindo a camisa branca? Quanto vale o futebol apresentado por Messi hoje? Valores quase que incalculáveis e impensáveis há tempos atrás. Aqui no Brasil, o futebol foi valorizado financeiramente também. Os valores não chegam nem perto aos milhões de euros que rolam na velha terra, mas são altíssimos. É só lembrar quantos milhões de euros foram rejeitados pelo Santos para vender o jovem craque Neymar. Ou quantos milhões de reais por ano ganha Ronaldinho Gaúcho no Flamengo. O fato é que o mercado da bola cresceu. E, refletindo sobre esse processo, chegamos a conclusão que, se os jogadores ganham e valem muito, os clubes também faturam quantias no mínimo consideráveis.

O faturamento de um clube não depende só de um fator, de uma área. O clube de futebol, hoje em dia, não vive, por exemplo, sem um bom departamento de marketing. O departamento de marketing faz a divulgação do clube e o aproxima do torcedor. Com isso, o clube ganha na venda de camisas e produtos oficiais. Mantendo o torcedor do lado de sua paixão maior, seu clube de coração, o negócio só tende a crescer. A venda de ingressos é outra grande fonte de renda que depende também diretamente do torcedor. Aliás, todas as fontes de renda dependem do torcedor. Seja direta ou indiretamente. Infelizmente, nem todos os dirigentes conseguem enxergar isso.

A venda de jogadores é a fonte de renda mais variável. Em um ano o clube pode vender um futuro grande craque para a europa, da mesma forma que no outro pode não vender ninguém. Alguns clubes tomam como medida investir nas categorias de base e vender, no mínimo, um jogador por ano. O Internacional faz assim. Nos últimos anos a equipe colorada vendeu, por exemplo, Alexandre Pato, Luíz Adriano, Sandro e Giuliano. No último século essa fonde de renda só cresceu e muitos jogadores brasileiros foram tentar a vida em países dos mais variados.

A cota de televisão talvez seja a maior fonte de renda dos clubes. Com certeza foi a mais discutida nos últimos meses. Os clubes brasileiros tiveram basicamente três redes de televisão interessadas na compra dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro: Redetv!, Tv Globo e Tv Record. Se os dirigentes optassem pela Redetv!, o valor seria mais bem distribuído. Haveria, sem sombra de dúvida, uma competitividade maior no campeonato. O contrato foi até fechado pelo Clube dos 13, mas os clubes preferiram romper com a entidade e passaram a negociar por conta própria sua imagem. Resultado: Contrato assinado com a Tv Globo com valores maiores, porém um abismo maior ainda entre um clube e outro.

Os clubes que fecharam o acordo com a Tv Globo vão receber valores em patamares diferentes, que serão dividos em três grupos: Grupo 1, que é composto por Flamengo e Corinthians (as duas maiores torcidas do país); Grupo 2, que é composto por Vasco, Palmeiras, São Paulo e Santos; Grupo 3, que é composto por Cruzeiro, Atlético-MG, Internacional, Grêmio, Fluminense e Botafogo; e o restante dos clubes que disputarão a série A ficarão no último pilar dessa divisão que só fará com que o Campeonato Brasileiro fique concentrado no eixo Rio-São Paulo. Isso poderá ser o maior erro dos dirigentes brasileiros em todos os tempos (e olha que erros não faltam).

A liga BBVA (ou Campeonato Espanhol de Futebol) é o maior exemplo de um campeonato que é totalmente dividido. Existem, praticamente, três Ligas: A liga de Real Madrid e Barcelona (que abocanham a maior parte das cotas de televisão), a Liga de Atlético de Madrid, Valencia, Sevilla e Villarreal (que estão no segundo pilar da divisão de cotas) e as equipes que sobram. Com base nos dados, desafio o leitor a pensar comigo: Qual o grau de competitividade do Campeonato Espanhol? Nenhum, praticamente. Já se sabe que se o Real Madrid não vencer, o Barça será campeão. E vice-versa.

Estamos caminhando para o mesmo caminho. O futebol brasileiro está cada vez mais centralizado. O nosso campeonato, que era sempre citado como o mais disputado do mundo, pode mudar totalmente de característica. E isso não está longe de acontecer. É só olharmos a tabela. Corinthians e Flamengo ocupam as duas primeiras posições; São Paulo, Vasco e Palmeiras as seguintes; Botafogo, Internacional, Fluminense vem logo atrás. Com o desfalque do Santos, que é um caso á parte, pois conquistou a Libertadores e praticamente abandonou o Brasileirão, a tabela é a cara da divisão feita pela Tv. E isso só tende a aumentar, já que o novo contrato nem entrou em vigor ainda. Novo contrato esse que fará bem mais efeito que o anterior, já que os valores são consideravelmente superiores.

Será que um dia veremos um Corinthians e Flamengo como maior clássico nacional? Será que a possibilidade de zebra no campeonato deixará de existir? Acho que o caminho é esse. Mais dinheiro, menos competitividade... Tendo em vista que o futebol virou um negócio capitalista, o dinheiro sempre falará mais alto que qualquer outra coisa. Pois é, os tempos mudaram. O seu time não entra mais numa competição para ganhá-la. Ele entra visando o lucro, a venda de jogadores, o dinheiro da Tv. A maior prova disso é quando vemos o dirigente falando a tão famosa frase de início de Campeonato Brasileiro: "Nosso time tem totais condições de conquistar uma vaga na Libertadores". O título fica de lado e o dirigente fica de olho no dinheiro e na visibilidade que a Libertadores e, quem sabe, um Mundial de Clubes, poderão trazer. A esportividade já perdeu espaço para o capitalismo no futebol moderno.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O que é o céu e o inferno?

Quem me conhece sabe que eu não sou religioso. Muito pelo contrário. Mas religião não será o tema aqui, até porque religião, política e futebol não se descutem. Quem sou eu para analizar ou julgar alguma religião ou um religioso fervoroso? Ninguém. Não sei ao certo se esse tema tem muitos paralelos com o tema específico da religião. Cada um tem a sua religião e sua crença. Em algumas religiões acredita-se que a morte é apenas uma passagem para outra vida. Em outras acredita-se em reencarnação. E para algumas pessoas a morte não quer dizer absolutamente nada. Acaba-se tudo no momento em que o coração para de bater, uma visão cientificamente comprovada.

Sinseramente eu ainda não me posicionei sobre em qual dessas versões eu acredito ou se não acredito em nenhuma. O fato é que, dia desses, estava andando por um livro(como se fosse possível fazer isso...) e vi uma definição sobre o céu e o inferno bem interessante. Também não tenho opinião formada sobre o assunto e respeito quem tem a sua, seja qual for. Para alguns a pessoa que fez coisas ruins(Deus, o superior, definiria,como um juiz, o que é coisa ruim e o que é coisa boa) iria pagar seus pecados no inferno e o indivíduo que só teve atos bons durante sua passagem na terra iria viver no céu em uma espécie de paraiso. A história que eu li me pareceu bem mais interessante do que essa versão(sem querer julgar quem nela acredita).

No livro "O Aleph" o escritor Paulo Coelho diz que, segundo uma tradição, "No segundo antes da nossa morte, cada um se dá conta da verdadeira razão da existência. E nesse momento nasce o inferno ou o paraíso. O inferno é olhar para trás nessa fração de segundo e saber que desperdiçamos uma oportunidade de dignificar o milagre da vida. O paraíso é poder dizer nesse momento: Cometi alguns erros, mas não fui covarde. Vivi minha vida e fiz o que devia fazer." Tive a certeza que deve ser por ai mesmo.

Existem duas formas de não conseguir algo: Uma na qual decidimos ficar de braços cruzados e não fazer nada(deixando a oportunidade de agir de lado sabendo que depois poderemos nos arrepender pelo resto da vida- chegando ao inferno, como diz a tradição citada) e outra na qual tentamos do fundo da alma fazer algo. Na segunda forma podemos dizer que tentamos, agimos e não ficamos de braços cruzados vendo a vida e as oportunidades passarem. Agindo como na primeira situação podemos ganhar uma vida inteira de inferno, se arrependendo por não termos lutado pelo que queriamos, ficando sem reação esperando com que as coisas acontecessem sozinhas. A lição que fica, para mim, dessa forma de ver o céu e o inferno é que devemos morrer tentando, pois viveremos pelo menos em paz, sabendo que fizemos o que era possível. E isso basta para ter a consciência tranquila. Como diz uma frase famosa: "Você é o que você faz", e não o que você tem, como muitos acreditam. Mas isso é história para outro dia...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O futebol do Rio é forte novamente

 O futebol carioca vinha de uma década de resultados horríveis, sem grandes campanhas no brasileirão até o ano de 2009, quando o Flamengo conquistou o título. Em 2010 foi a vez do tricolor das laranjeiras se sagrar campeão e confirmar a hegemonia do estado no campeonato mais importante do país, após anos e anos de maus resultados. No ano de 2011 a boa fase dos clubes do Rio no cenário nacional se mantém. Neste fim de semana foi disputada a  13° rodada do campeonato brasileiro, que foi ótima para os clubes cariocas. Todos os quatro venceram e se colocaram entre os oito primeiros colocados na competição nacional.

No sábado o Flamengo recebeu o Grêmio no Engenhão e tratou de vencer por dois a zero e manter a boa fase da equipe e de Ronaldinho Gaúcho, que fez uma boa partida, marcou um gol e seguiu como artilheiro isolado da competição. O robro-negro de Luxemburgo parece que resolveu trocar de vez os empates rotineiros pelos três pontos. Após a importante vitória a equipe da Gávea subiu para o segundo posto na classificação, passando o São Paulo e ficando a um ponto do líder Corinthians.

No mesmo horário que o Flamengo ganhava do Grêmio o Botafogo conquistava grande vitória fora de casa em cima do Cruzeiro de Joel Santana. O único gol da partida foi marcado por Loco Abreu, que voltara da seleção uruguaia após o título da Copa América muito motivado. Caio Júnior afirmou após o término da partida que finalmente encontrou a equipe ideal, com Herrera e Abreu no comando de ataque. O Botafogo alcançou a sexta colocação na tabela de classificação.

O domingo ficou marcado novamente por vitórias cariocas. O Vasco foi ao Morumbi e conquistou três pontos fundamentais para a equipe continuar motivada na briga pelo título nacional. O cruz-maltino jogou, na maior parte do tempo, no contra-ataque. E foi assim que a equipe conquistou os três pontos. Éder Luís abriu o placar e Felipe decretou a vitória, quando o São Paulo pressionava bastante. Com a vaga na libertadores já garantida, a briga maior do Vasco na competição é o título. Com a vitória o Vasco segui em 5° lugar.

Já o Fluminense recebeu o Ceará no Engenhão e não teve piedade do rival nordestino: enfiou 4 a 0, podendo ter vencido por mais gols. O primeiro tempo terminou um a zero apenas(gol de Fred), mas o fator determinante para a goleada tricolor aconteceu no final da primeira etapa: Heleno agrediu Fred e foi expulso. Caminho aberto para o Flu partir para cima e melhorar o saldo de gols(que antes da partida era de três gols negativos). Rafael Sóbis, Souza(que deu duas assistências) e Rafael Moura completaram o placar na segunda etapa. O técnico Abel Braga parece ter encontrado em Fred e Rafael Sóbis a dupla de ataque perfeita para o time começar a arrancada na tabela, na qual se encontra na oitava colocação.

Os títulos brasileiros e a consolidação dos quatro grandes do Rio entro os oito melhores colocados da tabela nesta temporada mostram na prática a melhora que teve o futebol carioca nos últimos anos. Do lado de fora do campo, é possível ver a melhora na construção do CT ninho do urubu, na grande reforma em São Januário, na aquisição do Engenhão e na tentativa de abater a dívida milionária. Os clubes cresceram e os dirigentes também. Podem e devem crescer mais, mas já é um avanço consideravel, com resultados consolidando a melhora na forma de pensar e agir. O futebol do Rio é forte novamente.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Alegria e ousadia

Neymar da Silva Santos Júnior é um jovem atacante do Santos Futebol Clube que é considerado a maior promessa do futebol brasileiro nos últimos anos, sendo também, aos 19 anos, titular e principal jogador da seleção brasileira de futebol. Ronaldo de Assis Moreira é um futebolista brasileiro de 31 anos que já foi eleito melhor do mundo, já atuou no melhor do mundo(Barcelona) e atualmente defende o clube de maior torcida do Brasil, o Clube de Regatas do Flamengo. Na maioria das vezes os verbos para falar de Neymar são conjugados no futuro e os para tratar de Ronaldinho estão quase sempre no passado. O fato é que ontem à noite esses dois jogadores foram realidade e fizeram atuações sublimes em um jogo eletrizante e fantástico no qual o Flamengo venceu o Santos por 5 a 4 na Vila Belmiro.

Antes do jogo a expectativa era a de uma grande partida, tendo em vista que grandes craques(ou quase isso) atuariam nos dois lados do campo: do lado rubro-negro Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves formam uma bela dupla de meio de campo, enquanto do lado alvinegro da história Neymar e Paulo Henrique Ganso formam dupla tanto no Santos quanto na seleção brasileira, passando pelos pés desses dois atletas o futuro do alvinegro da Vila e da seleção nacional. Além dos craques, estavam presentes também coadjuvantes que seriam estrelas principais em outros grandes times: Willians(maior ladrão de bolas do futebol brasileiro desde 2009) e Leonardo Moura(um dos maiores laterais direitos atuando em gramados nacionais nos últimos tempos) eram coadjuvantes de luxo no Flamengo, enquanto pelo lado da Vila famosa Arouca(que merece, e muito, uma vaga na seleção há tempos pelo bom trato que tem com a bola) e Elano(que é quase sempre lembrado por Mano Meneses em suas convocações) formam dupla de coadjuvantes que poderiam muito bem ser peças principais.

A peleja começou a mil por hora, com as duas equipes buscando atacar, mas foi o Santos de Ganso que brilhou. Enquanto o rubro-negro, comandado por Ronaldinho Gaúcho, criava boas chances, o Santos, comandado por Neymar, convertia em gols essas boas chances. Na primeira Neymar conseguiu ganhar na técnica e na raça dos defensores rubro-negro, fazendo com que a redonda chegasse nos pés de Elano, que acertou um lançamento lindo para Borges completar a bela jogada com um toque no canto do goleiro(Borges esperou até o último segundo para definir onde colocaria a bola). Logo depois Ganso meteu uma bola magistral para Neymar que chutou, a bola voltou pra ele depois da defesa do goleiro e o atacante, mesmo caido, conseguiu fazer com que a bola chegasse em Borges, livre mais uma vez, que só empurrou para o fundo das redes: 2 a 0 e show de bola e eficiência do Santos.

O terceiro gol santista merece um parágrafo próprio, um parágrafo especial, pois ele foi mais que especial: foi um gol de gênio, desses que vemos de tempos em tempos, que passa na tv por anos e anos e ninguém se cansa de ver. Neymar fez lembrar os gols que Pelé fazia naquela mesma Vila, tão acostumada com jogadas geniais. Vila que sentia saudade de momentos como aquele e que se deliciou com cada segundo. Neymar pegou a bola na ponta esquerda e passou de forma sensacional por dois marcadores rubro-negros, partindo em velociadade para a área quando tabelou com Borges. O garoto santista recebeu na frente de cara com Ronaldo Angelim e, como em um passe de mágica, jogou da perna direita para a esquerda e deu um drible espetacular no zagueiro rubro-negro, que ficou sem reação. Cara a cara com Felipe o craque santista só tocou com categoria na saida do goleiro para completar a jogada de ousadia que virou um gol de gênio, gol de Neymar.

Parecia que o jogo estava ganho pelo Santos e, como dissse o arqueiro rubro-negro Felipe, parecia uma noite em que o Flamengo teria que se segurar para não tomar mais gols. Mas, na prática não foi assim. Em mais uma boa jogada do garoto Luíz Antonio pela ponta direita(a terceira dele nas costas de Léo) a bola sobrou no meio para Ronaldinho(após falha de Rafael) sozinho, que só empurrou para o fundo das redes. Gol de honra? que nada. A avenida Léo estava aberta. Dessa vez Leonardo Moura chegou no fundo e cruzou na cabeça de Thiago Neves(poucos laterais hoje em dia têm essa capacidade, por incrível que possa parecer), que fez o segundo tento rubro-negro. Luz amarela no Santos. A pressão rubro-negra era grande, mas aos 41 minutos Willians fez pênalti(segundo o juíz. para mim não foi nada) em Neymar. Elano(que perdera de forma ridícula um pênalti na Copa Améria) tentou dar uma cavadinha e a bola acabou ficando nas mãos de Felipe, que ainda tirou sarro com o meia santista fazendo embaixadinhas. Quem não faz... Ronaldinho cobrou mais um escanteio no primeiro pau. Dessa vez Deivid estava atento o suficiente para empatar o jogo para o Flamengo: 3 a 3. E isso era apenas o primeiro tempo!

O Flamengo saiu para o intervalo com moral após o empate, mas foi o Santos que marcou primeiro na segunda etapa: Logo no início do segundo tempo Léo deu um grande passe para Neymar penetrar na área e fazer o quarto do Santos, o segundo dele na partida. O jogo continuou lá e cá e o que resolvia eram as jogadas técnicas dos craques. Em uma, dessas Ronaldinho sofreu falta na entrada da área e cobrou por baixo da barreira, fazendo o goleiro Rafael ficar sem reação. Eu já vi jogadores baterem por baixo da barreira, mas por mero acaso, chute errado que acabou se tornando certo. No caso de Ronaldinho não foi isso. Foi sagacidade, esperteza, genialidade. O Flamengo empatara de novo.

O jogo passou a ser ainda melhor. O Santos partia para o ataque e o Flamengo dava a resposta. Nesse meio tempo Felipe fez, pelo menos, duas grandes defesas(uma em um chute de Neymar e outra em cobrança de falta de Elano). O Flamengo aguentou a pressão e, em um contra-ataque bem armado, conseguiu o que parecia improvável: o gol da vitória. Ronaldinho Gaúcho recebeu de Thiago Neves na ponta esquerda e bateu com precisão no canto baixo esquerdo de Rafael: 5 a 4 Flamengo. Era o terceiro tento do alegre Ronaldinho no jogo. O placar espetacular refletia a grande partida que era disputada. Depois do quinto gol do Flamengo o Santos ainda tentou marcar, Alan Kardec entrou(e nem tocou na bola), o Flamengo teve chances de marcar o sexto em contra-ataques, mas a partida terminou com nove gols mesmo. Três do alegre Ronaldinho e dois do ousado Neymar.

Quem pagou ingresso para ir no estádio Urbano Caldeira ontem saiu satisfeito. Mesmo o torcedor do Santos, que não saiu com os três pontos, teve motivos para ficar feliz, pois viu uma partida histórica, épica. Jogos assim no futebol atual são cada vez mais raros. Só nas décadas de 50 e 60 placares como este eram comuns, já que os times atacavam com cinco, seis atletas. Foi o que se viu ontem na Vila. Tinha que ser a Vila, tão acostumada com jogos como este... Alegria e ousadia foram o lema, não só de Neymar, mas de todos que entraram no gramado da Vila famosa ontem. Os jogadores proporcionaram uma partida que há tempos não se via no país. Infelizmente, difícilmente veremos uma partida como essa, que relembrou os tempos em que o futebol era jogado para frente. Eu poderia muito bem ressaltar nesse texto os erros defensivos das equipes ontem a noite(que foram muitos), mas prefiro ressaltar o futebol jogado em sua essência. Futebol é o que foi jogado ontem, em sua plenitude, na Vila Belmiro. O jogo de ontem lavou a alma do torcedor brasileiro, que já estava se acostumando com jogos medíocres e times jogando para não perder. Pena que a noite de ontem não durou para sempre.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

O time em que todos marcam

O Corinthians é o líder disparado do campeonato brasileiro (com sete pontos a mais que o vice líder). Ontem a vitória em cima do Botafogo em São Januário só confirmou a boa campanha da equipe paulista e o estilo de jogo imposto por Tite à seus jogadores: todos marcam. E atacam quando necessário. Tite utiliza o mesmo esquema de Mano na seleção (o 4-2-3-1). A diferença do time de Tite para o de Mano? No Corinthians todos marcam. Na seleção nem Pato, nem Ganso e nem Neymar voltam para marcar. Grande diferença.

O 4-2-3-1 foi o legado da Copa da África do Sul. Legado extremamente positivo, tendo em vista que o legado da Copa da Alemanha foi um retranqueiro e burocrático 3-6-1. O 4-2-3-1 é a cara do futebol moderno(jogo de muita força física), no qual todos têm que marcar e atacar na hora certa. Os pontas voltaram ao futebol, dessa vez com a função de marcar, além de continuar fazendo jogadas de velocidade no fundo do campo. O centro-avante já não é mais tão preso na área e ajuda a marcar. Enfim, o esquema é o mais usado atualmente e atende a todas as exigencias do futebol moderno.

Acompanho futebol sempre e fico também de olho em esquemas táticos. Não me recordo de ter visto um time jogar tão bem no 4-2-3-1 quanto o Corinthians de Tite. Os laterais Welder e Fábio Santos apoiam na hora certa, um de cada vez para não comprometer a defesa); os volantes Paulinho e Ralph protegem bem a defesa e, vez por outra, aparecem como homem surpresa no ataque para ajudar; Na meia Danilo é o cérebro do time, ditando o ritmo do jogo e ajudando na marcação(não tanto quanto os outros pela idade);  Nas pontas Jorge Henrique e Willian(como corre esse jogador...) atacam e defendem quando necessário com a mesma velocidade; Como centro-avante Liédson define, muitas vezes, o jogo com seu faro de gol, sem deixar de ajudar na marcação também.


4-2-3-1 de Tite

O segredo do time de Tite é exatamente a marcação. Todos marcam. O timão é quem mais desarma no brasileiro exatamente por isso. Tite conseguiu fazer um esquema eficaz. E mais: as opções no banco de reservas são do nível dos titulares. Émerson pode entrar no time a qualquer momento, assim como Alex ou Edenilson. O banco de reservas é também uma prova de que no elenco corinthiano a vaidade não têm espaço, já que Alex custou sete milhões de euros e aceita numa boa a reserva, em favor do bom desempenho da equipe.

O Corinthians não é um daqueles cavalos paraguaios, que no início do campeonato abrem pontos de vantagem e vão caindo depois com o decorrer das rodadas. O time vem jogando muito bem. Vem fazendo valer o esquema e mostrando como se deve jogar no futebol moderno, sem vaidades e correndo em favor do melhor do time. O bem do clube vai acima do bem próprio. Assim que têm que ser. Só fico com uma dúvida: Será que Adriano se encaixaria nesse esquema? e mais: será que o Imperador aceitaria ser súdito e se encaixaria na filosofia imposta por Adenor Tite? Perguntas que só o tempo e Adriano dirão. Mas se o Corinthians manter essa pegada e esse pensamento até o final da temporada, não tenho dúvida de que será o campeão brasileiro. E com muita justiça.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A maior banda de todos os tempos?!.

Entitulo esse texto com uma afirmação que é ao mesmo tempo uma pergunta e um desafio, por tratar de uma banda lendária que teve seu fim de uma forma triste e que deixou milhões de fãns ao redor do mundo tristes. A afirmação que vira pergunta e desafio diz respeito a quatro garotos que saíram de Liverpool para conquistar o mundo. Trata-se de dez anos em que Paul MacCartney, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr se dedicaram ao máximo a transformar a história da música mundial. The Beatles conseguiu em dez anos escrever o nome desses garotos na história da música e ao mesmo tempo mudá-la. The Beatles se transformou em Beatlemania e conquistou o mundo. Quem diria que aqueles garotos provenientes de pobres bairros da decadente Liverpool conseguiriam tanta coisa em dez anos!

A banda nem sempre foi composta por Paul, George, John e Ringo. Pete Best foi baterista da banda de 60 até 62 e Stuart Sutcliffe foi o primeiro baixista do grupo. No decorrer dos anos os Beatles foram se formando. Em 62 Ringo Starr foi incorporado aos Beatles no lugar de Pete. Ringo já tinha tocado algumas vezes pelos Beatles e Hamburgo e aceitou prontamente a proposta feita por Brian Epstein,empresário do grupo desde 61, quando foi a um show dos Beatles no Cavern Club e se encantou com a desenvoltura daqueles garotos.

Uma vez John Lennon disse que não cresceu em Liverpool e sim em Hamburgo. O fato é que depois da chegada de Pete Best aos Beatles(em meados de 1960, ainda no início da banda) os Beatles receberam um convite para se apresentar em Hamburgo, onde a noite não terminava. As bandas que lá se apresentavam tinha de tocar bem por várias horas em sequencia para não serem vaiadas pelo público. Com a prática que os Beatles ganharam tocando em Hamburgo(Já que tocavam por sete, oito horas seguidas por noite) o grupo evoluiu muito musicalmente na cidade. John estava certo, os Beatles começaram a se aperfeiçoar em Hamburgo, ganhando muitos fãns com essas viagens.

Em uma dessas turnês em Hamburgo(na primeira), Stuart Sutcliffe conheceu a Astrid Kirchherr, que foi quem deu a idéia(junto com Epstein) de mudar o visual dos Beatles, fazendo-os adotar o terno e a gravata e o cabelo "estilo Beatles". Astrid fotografou toda a primeira viajem dos Beatles na alemanha. Nessa turnê Stu acabou se apaixonando pela fotógrafa e largou a banda para viver com ela em Hamburgo. Na turnê dos Beatles na cidade em 1962 a banda ficou sabendo da morte de Stuart por uma hemorragia cerebral.

As mudanças nesse ano não paravam. Além da morte de Stu, a banda fechou um contrato com a gravadora de George Martin para gravar um disco solo. Martin não gostou inicialmente da banda e pediu que a banda mudasse seu bateirista. A decisão foi difícil, mas Epstein foi encarregado de dar a má notícia a Best. Os fãns não gostaram nada, mas quando Ringo Starr foi incorporado ao grupo os Beatles começaram a fazer sucesso nas paradas musicais da época.

Aos poucos os Beatles foram alcançando o primeiro lugar e implacaram uma sequencia nunca antes visto de singles no top das paradas musicais. A banda se tornava sucesso na Inglaterra. Para conquistar o mundo faltava apenas fazer sucesso nos EUA. Aliás, a inspiração do rock ´n´roll Inglês da época vem exatamente dos discos americanos que chegavam à navio na cidade. Não demorou muito e os Beatles fizeram sucesso também na terra do Tio Sam, conquistando de vez o planeta.

A banda chegou ao top em dez anos. emplacou músicas como "Love me do", "I want hold your hand", "Revolver", "Yesterday" e "Let it be". O grupo chegou no auge, não havia mais o que conquistar. Até de filmes eles participaram(embora o sucesso não foi igual ao musical). A partir dai que um problema começou a ficar exposto: As inúmeras discussões entre Paul e John.

Depos da morte do empresário Epstein(em 67), John acusou várias vezes Paul de tentar assumir o grupo, de tentar controlar os demais integrantes da banda.Os Beatles ainda gravaram alguns disco até o anos de 1970, quando a banda decidiu anunciar o seu fim. Os Beatlesmaniacos não acreditavam no que eles anunciavam. Ano após ano os fãns aguardavam a volta da maior banda de todos os tempos. Em 1980 a esperança acabou quando um assassino matou John Lennon na entrada de sua casa. Os Beatles jamais poderiam ser vistos tocando juntos novamente. O fim chegou de vez.

O título de "A maior banda de todos os tempos" não é à toa. Os Beatles seguem vendendo discos(CD´s né!) até hoje. Foram até então vendidos mais de um bilhão(isso mesmo!) de discos e CD´s da banda. Os Beatles foram eleitos na revista times uma das pessoas mais influentes e importantes do século XX. Eles revolucionaram a música e o mundo e são lembrados até hoje. Após escrever nesse texto um pouco da história dos Beatles cheguei a uma conclusão e reformulo o título: Os Beatles são "A maior banda de todos os tempos". Nem o tempo apagará o que eles fizeram.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Homenagem a um argentino de alma carioca


Conca treina em sua ex casa, as laranjeiras/ Foto: Site oficial do Fluminense F.C

No ano de 2007 chegou ao Vasco um Argentino que muitos não conheciam. Sem muito cartaz, o meia canhoto(sendo argentino e canhoto temos certeza de que é habilidoso) chegou da Universidad Católica, após fazer uma boa Copa Sulamericana. O jogador, então com 24 anos, era tímido e dificilmente se adaptaria numa cidade como o Rio de Janeiro, famoso pela noite e pelas opções de lazer que os boleiros já estão mais que adaptados. Seu nome era Dario Conca e ele se apresentou ao grande público carioca no dia 3 de janeiro de 2007, quando, em entrevista coletiva ao lado do então presidente Eurico Miranda, Conca já mostrava toda a sua timidez e seu avesso a aparecer em público.

Nos primeiros meses de Vasco o tímido argentino teve um pouco de dificuldade em se adaptar a cidada e em deixar sua família em sua terra natal, a província de Tigre, na grande Buenos Aires. Mas, quando o argentino começou a ter oportunidades na equipe da cruz-de-malta a timidez ficou totalmente de lado e o meia foi ganhando o carinho da torcida vascaína. Confesso que vendo aquele meia jogar com a camisa oito do meu time fiquei encantado. Há tempos o Vasco não tinha um meia com aquele entrosamento com a bola. Pena que não durou muito.

Conca fez cerca de 35 partidas no ano de 2007 pelo Vasco e, no início de 2008 foi negociado para o Fluminense, já que o River(a quem o atleta pertencia) não aceitava mais emprestar o jogador. O Flu(leia-se Traffic) chegou com o dinheiro e levou o jogador para as laranjeiras como principal reforço para a disputa da Libertadores de 2008. Naquele time o argentino era coadjuvante, já que atuava ao lado de Thiago Silva, Thiago Neves, Dôdo, Washington, Leandro Amaral... Mas o Fluminense deve muito de sua grande campanha naquela competição(na qual alcançou o vice campeonato) a Conca.

Pouco a pouco Dario Conca foi ganhando a torcida tricolor, que necessitava de um ídolo, já que Thiago Neves e Thiago Silva(O Monstro!) saíram do clube em 2009. O auge dessa admiração recíproca(entre ele e a torcida) foi na temporada 2010, quando ao fim dela o jogador pode comemorar com a nação tricolor presente ao Engenhão o título do Campeonato Brasileiro, o mais importante do Clube desde a década de 80. Conca foi carregado nas costas e ovacionado na volta olímpica. O argentino ganhou o prêmio craque brasileirão 2011, virou até bandeira da torcida tricolor e escreveu de vez seu nome na história do clube e nos corações dos tricolores espalhados pelo Brasil.

A temporada 2011 começou turbulenta para o tricolor das laranjeiras: Muricy(técnico da conquista do Brasileiro) pediu demissão, Alcides Antunes(vice de futebol) foi demitido, o time foi eliminado no Carioca e depois na Libertadores. Porém a idolatria de Conca não foi abalada em nenhum momento. Fred, outro ídolo recente tricolor, chegou a ser vaiado no Engenhão, mas Conca não foi em nenhum momento. Em todo o jogo do clube em casa o nome do argentino era gritado, Conca era ovacionado e tinha o apoio de 100% da massa de tricolores.

O ano vinha sendo bom também fora das quatro linhas: Conca foi homenageado na câmara dos vereadores do Rio de Janeiro e recebeu a medalha Pedro Ernesto e título de cidadão carioca. Depois da homenagem, o argentino de alma carioca disse que "O carioca é muito simpático, recebe bem todo mundo, e isso foi muito importante. Hoje não tenho vontade de sair daqui. Quero continuar por muito tempo mais". As palavras demosntraram o amor do argentino pelo Rio e pelo Fluminense, mas tudo um dia acaba.

Nessa semana um grupo de empresários chineses chegou ao Rio com o objetivo de levar o "Hamister"(como é chamado pelos companheiros de clube) para o mundo oriental. Na primeira vez que Conca sentou à mesa com os homens de olhos puxados o argentino agradeceu, mas disse que não tinha conversa. na terceira Conca era o novo reforço do Guangzhou Evergrande(fiz um curso pra conseguir escrever esse maldito nome), que já conta com Renato Cajá(ex Botafogo) e Muriqui(ex Atlético-MG). Conca,que disputou mais de 200 jogos com a camisa tricolor, deverá mesmo deixar o clube. O salário astronômico(que deve girar em torno de 1,6 milhão/mês) seduziu o argentino, mas isso será apenas um até breve, pois ao término do contrato Conca deve retornar ao Flu.

Acho que difícilmente antes uma cidade transformou tanto um jogador, asssim como um jogador transformou a história de um clube. Como vascaíno gostaria que Conca ficasse a carreira inteira no Vasco, mas na época não foi possível. Hoje os tricolores devem sentir mais ou menos isso, multiplicado por mil. Conca passou pelo futebol brasileiro e fez história, ganhou milhões de fãns no país(isso sem ser marqueteiro) e vai deixar também uma saudade imensa. Tomara que o adeus seja só um até breve e que daqui a dois anos possamos ver novamente esse argentino atuar em terras tupiniquins.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O futebol está feliz

O Pacaembú será o palco da grande decisão da Copa Santander Libertadores 2011. Peñarol e Santos, dois rivais históricos, se enfrentarão novamente em uma nova era. O Santos, que já conquistou por duas vezes a competição, aposta na segunda geração dos garotos da Vila, principalmente em Neymar e Paulo Henrique Ganso. Já o Peñarol aposta na ressureição do futebol Uruguaio, em Martinuccio(principal jogador dos aurinegros) e, principalmente, em sua mítica camisa para levantar pela sexta vez o principal torneio da América(ou das Américas, diriam os Mexicanos).

Santos e Peñarol brilharam de forma intensa e soberana no futebol sulamericano na década de 60. Eram tradicionais os confrontos do Peñarol, de Pedro Rocha(e mais tarde Pablo Forlán) com o Santos de Pelé, Pepe e Coutinho. Em 1962, iclusive, as duas equipes decidiram a Copa Libertadores, tendo o Santos saído vencedor(o título só foi decidido na terceira partida, quando Pelé voltou e decidiu). No período entre 1960 e 1966 Santos e Peñarol somam juntos cinco conquistas de Libertadores. O futebol se curvava a esses dois timaços!

Da década de 60 para cá o Peñarol não foi mais tão brilhante, ainda que conquistando dois títulos da Libertadores, o último em 87. O futebol uruguaio deu uma derrocada desde então(desde 87) e os clubes sofreram muito, quase que anunciando a bancarrota. Com o Santos não foi diferente. O clube sofreu, como nenhum outro na história, a falta de um ídolo, de um rei, de Pelé.  A falta que Pelé fez foi proporcional ao futebol que ele jogou. O Santos só voltou a conquistar um título de expressão em 2002, com a conquista do Brasileirão. Naquele ano, a primeira geração de garotos da vila brilhou. Hoje, a segunda geração quer ir ainda mais longe que os garotos da primeira, conquistando a tão sonhada Libertadores.

Não é a primeira vez que o Peñarol decide o título da Libertadores no pacaembú. Em 1961, a equipe uruguaia empatou em um a um com o Palmeiras, de Djalma Santos e Juninho Botelho, e se sagrou campeão, pela terceira vez até então, da Libertadores da América. Na primeira partida os Uruguaios venceram, com gol do ídolo aurinegro Spencer, diante de um Pacaembú superlotado(relatos contam que estavam presentes no estádio cerca de 50 mil pessoas) de palmeirenses confiantes que o título ficaria em terras brasileiras. Ilusão a deles.

O pacaembú só voltou a receber uma decisão de Libertadores em 2002, quando o São Caetano recebeu o Olímpia, do Paraguay. E pela segunda vez um time do Estado de São Paulo fracassa no estádio por uma decisão. Dessa vez a terrota foi ainda mais trágica(só não foi mais trágica devido a falta de torcida, que assombra o São Caetano até hoje). Na partida de ida o azulão venceu por um a zero a equipe paraguaia. O título já estava praticamente garantido! Porém, no jogo do Pacaembú... Dois a um para o Olímpia no tempo normal e quatro a dois nas penalidades. O São Caetano garantia mais um vice(a equipe já tinha sido vice brasileiro da série B, vice brasileiro da séria A, vice paulista, vice...) e o Pacaembú dava azar outra vez.

História relembrada, vamos tratar do confronto desta noite, no Pacaembú. pelo lado aurinegro, Martinuccio está confirmado e tentará, ao lado de Mier, puxar os contra-ataques do time uruguaio. Diego Aguirre, técnico e ex jogador do clube, disse em entrevista que o Peñarol precisará de uma noite daquelas para conseguir conquistar o título diante dos meninos da vila. Os uruguaios acreditam que se precisará de uma façanha daquelas para o Peñarol sair hoje à noite da vila campeão. façanha esta que pode ser comparada a que o próprio Diego Aguirre alcançou em 87, quando no último minuto fez o gol que garantiu o título continental para o Peñarol. Aguirre aposta também na experiência de Dario Rodríguez, capitão do time. O Peñarol deve entrar em campo hoje à noite com a seguinte formação:





O Santos deve ir à campo com quase todos os jogadores  do elenco a disposição do técnico Muricy Ramalho. Jonathan é o único desfalque da equipe da vila. Com isso, Danilo é recuado para sua posição de origem, a lateral direita, e Adriano joga como volante. O grande reforço do time da vila para esta partida será a volta de Ganso ao time. Paulo Henrique Ganso se recuperou de lesão e foi confirmado como titular por Muricy Ramalho, com o aval dos médicos. O outro grande reforço do Santos será fora das quatro linhas:Pelé estará no estádio acompanhando o jogo. Segundo o rei afirmou na entrevista coletiva oficial da final, ele está mais nervoso que na decisão de 62. Pelé verá em campo a seguinte formação feita por Muricy Ramalho:



A história da Libertadores terá seu capítulo final pela terceira vez no pacaembú, mas dessa vez a partida será especial, por contar com dois dos maiores times da história do futebol, que cairam, sofreram crises, mas levantaram e fazem do passado um espelho para o futuro. A frase "Um futuro promissor vem de um passado de glórias", pode ser usada para os dois tradicionais times. Podemos ter a certeza de que o jogo de hoje à noite será histórico, seja qual for o placar, o vencedor. Se o futebol pudesse falar ele diria que está feliz em ver dois grandes do futebol no topo novamente. Os deuses do futebol prepararam uma surpresa e tanto!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Gigante despertou, pegou um trem-bala e foi para a estação libertadores

Todos os vascaínos da nova geração devem guardar a quarta-feira, 8 de junho de 2011, em seus corações, pois este foi o dia em que o Vasco conquistou a Copa do Brasil em cima do Coritiba. Não que os vascaínos mais velhos não devam guardar e relembrar também esse dia, mas para os torcedores da nova geração esse título foi mais que especial, já que muitos não viram o clube conquistar um título de expressão. Muitos não chegaram perto de se emocionar e vibrar como na quarta-feira à noite. O jogo que deu ao Vasco o seu primeiro título de Copa do Brasil não foi um jogo qualquer. A partida disputada no Couto Pereira foi épica.

No primeiro jogo da decisão o Vasco tinha ganho em São Januário por um a zero, resultado comemoradíssimo, levando-se em conta que o Cruz-Maltino não vinha tendo grandes atuações nas partidas realizadas em seu estádio. Os jogadores do Vasco chegaram a Coritiba com uma pressão monstro pelo tempo que o clube não conquista um título de expressão e por a torcida não aguentar mais provocações dos rivais rotulando o Vasco de "eterno vice campeão".

Logo no início do jogo os jogadores vascaínos se mostravam nervosos, erravam passes fáceis, davam espaço para o Coritiba jogar. Porém o Coxa também deu espaços em contra-ataques, e num desses contra-ataques Éder Luís recebeu de Diego Souza, invadiu a área e achou Alecsandro sozinho. O atacante teve o trabalho apenas de tocar para o fundo das redes, calando a torcida do Coritiba, que fazia um espetáculo belíssimo. A vantagem do Vasco, que outrora era boa, se tornou, em uma tacada só, enorme e fantástica ao mesmo tempo.

O Coritiba estava abatido, mas ao mesmo tempo sabia que era necessário pressionar o Vasco se a equipe paranaense quisesse seguir viva na disputa pelo título(inédito para eles também). Numa jogada esporádica, de bola parada o Coxa voltou para o jogo: após cobrança de falta Jonas cabeceia para o meio da área e Bill, sozinho após falha de Dedé na marcação, empurra de cabeça para o gol. A torcida que estava apática volta a fazer do Couto Pereira um inferno verde.

Após minutos de pressão em vão, o fim da primeira etapa se aproximava e o desespero dos torcedores do Coxa presentes no estádio aumentava. Quando parecia que, após algumas chances desperdiçadas, o resultado de empate iria se manter no primeiro tempo, Rafinha recebe no lado direito da área e chuta para Fernando Prass soltar a bola nos pés de Davi, que dentro da área e de frente para o gol faz o tento que garante a virada da equipe paranaense ainda antes do intervalo. Os jogadores do Vasco foram para o intervalo de cabeça baixa, ao som da torcida do Coxa, que foi atiçada após o gol.

O Vasco voltou para o segundo tempo com a mesma postura do primeiro: defensivo, sem poder de reação e sem saída de jogo, com Alecsandro isolado no ataque. As fichas eram jogadas todas na velocidade de Éder Luís, que por vezes resolveu partidas para o Vasco ao longo da competição. Numa dessas jogadas do veloz atacante o Vasco conseguiu empatar e calar novamente o estádio: Éder arrancou e arriscou um chute de longe. chute esse que foi forte o bastante para vencer Édson Bastos, que foi enganado por uma curva que a bola fez no caminho. Os ventos estavam à favor na Nau vascaína.

Do gol de Éder em diante a pressão do Coritiba só se intensificou: Marcos Aurélio e Eltinho entraram para atacar ainda mais. A pressão e as modificações surtiram efeito quando Willian, jovem promessa da base do clube, acertou um petardo de fora da área fazendo o terceiro do Coritiba: faltava apenas um. A torcida se acendeu como nunca na partida, praticamente entrando em campo. A partir dai o jogo foi só coração.

Os minutos passavam devagar, tão devagar quanto o tempo que o Vasco não conquistava um título em âmbito nacional. O Coritiba pressionava e pressionava, a torcida rezava na arquibancada, da mesma forma que fizeram Diego Souza e Felipe quando saíram de campo, juntos, na mesma harmonia, com a mesma fé. Depois de cinco minutos sofridos de acréscimos o juíz apita o fim do jogo. O fim de uma era sem títulos importantes. O campeão voltou. O gigante despertou, pegou um trem-bala e foi direto para a estação Libertadores da América. A torcida vascaína pode gritar novamente "È campeão" e vibrar novamente com o Vasco da Gama, campeão de terra e mar.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ser Vasco

Não adiantaria nada eu postar a prévia do jogo de hoje, até porque não tenho cabeça para isso. Repasso apenas o sentimento de um vascaíno que nunca viu seu time conquistar um título importante e que está emocionado, horas antes da partida. Vejo na internet momentos emocionantes da história do Vasco e penso: não poderia ter escolhido time melhor para torcer. nasci para ser VASCO.

O Vasco têm uma das histórias mais bonitas do futebol mundial. seria bobagem falar aqui sobre essa magnífica história, pois faltaria espaço, tempo e até conhecimento para isso. Nenhum históriador saberia sintetizar a história do Vasco por completo. Certa vez li um texto que definia bem o que é torcer para o Vasco. O li horas antes do jogo decisivo da Copa do Brasil e repasso aos vascaínos que quiserem fazer o mesmo. O texto a seguir é de Artur da Távola:

Ser Vasco é ser intrépido tanto quanto leal. É ter o sentido da história do Brasil a fundir povos e raças sem preconceito. É ser navegante da esperança, não temer aventura, futuro, conquistas, calmarias ou tempestades.
Ser Vasco é renegar o temor e ser popular sem populismo, ser valente sem arrogância e ser decidido sem soberba. É ter a vocação da vitória e a disposição necessária à qualidade e ao mérito por saber que virtudes necessitam de energia e energia, de vontade.
Ser Vasco é, pois, ser virtude, vontade, valor e vanguarda: tudo com o v de vida, o mesmo de Vasco.
Ser Vasco é conhecer o grito do entusiasmo, esperar a hora de vencer e sentir o cheiro do gol. É incendiar estádios e extasiar multidões. É adivinhar instantes decisivos e saber decidir.
Ser Vasco é ser mais povo do que elite, mais tradição do que novidade, mais segurança do que aparência, mais clube do que time, mais vibração do que delírio, mais vigor do que agressão.
Ser Vasco é ousar, insistir, renovar-se, trabalhar para construir a vitória não como forma de superioridade, mas de aperfeiçoamento da vida e do esporte. É gol, é gala, é garbo de uniforme original, cruz no peito, sonho n’alma e amor no coração.
Ser Vasco é emoção recompensada porque vitória bem planejada, é lance, é lança, liberdade, impulso e convicção.
Ser Vasco é sentir o gosto da felicidade, da vitória e do grito maiúsculo de gol. É ter sabedoria e prudência, unidas na tática certeira ou na organização eficaz. É viver a emoção de lembrar nomes, lendas, heróis e legendários craques, troféus, títulos, retratos, faixas, taças, copas e vitórias imortais.
Ser Vasco é ter idênticos motivos para cultuar o passado tanto quanto crer no futuro.
Ser Vasco, enfim, é saborear com humildade o orgulho sadio da vitória merecida, do entusiasmo com motivo e da grandeza como destino“.

Eu sou Vasco antes da final, serei depois, serei sempre. Não há como explicar ou definir este sentimento, que não para.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O futebol está bem representado

O velho Wembley já recebeu às olimpíadas de 1948, a final da Copa do Mundo de 1966, a final da Eurocopa de 1996 e cinco finais de Champions Leagues. O novo Wembley recebeu apenas algumas finais de F.A cup e de Carling cup. Porém o novo Wembley, que fora inaugurado em 2007, causará inveja no velho por cediar um dos jogos mais esperados dos últimos tempos: a final da Champios League de 2011, disputada por Manchester United e Barcelona, as duas equipes que melhor representam o futebol na atualidade.

Sir Alex Ferguson, treinador Galês dos red devils, é o primeiro a endossar essa afirmativa: "É a final da década. Tudo pode acontecer", garante o mister do United, que ainda revela, na entrevista coletiva, que recebeu bons fluídos do treinador do Madrid, José Mourinho: "Mourinho me desejou o melhor", garantiu Ferguson, que já disputou três finais de Champions, vencendo duas.

Os números também dão razão a grande expectativa para a partida: dos últimos sete campeonatos espanhóis, o Barça levou cinco, tendo vencido duas Champios Leagues na década. Já os red devils venceram quatro, das últimas cinco Barclays Premier Leagues, chegando duas vezes em finais de Champions na década, perdendo uma, exatamente para o Barcelona, em 2009. A partida de 2009 foi disputada em Roma e o Barça venceu por dois tentos a zero. De lá para cá as equipes mudaram pouco. A grande diferença foi que o Barça seguiu com o menino Messi, que se transformou em homem e em melhor do mundo. O Manchester perdeu Cristiano Ronaldo. "Só".

Sobre a importância de Messi no jogo, o capitão dos "cúles", Carles Puyol espera que amanhã seja o dia do argentino. Lionel Messi, de 23 anos, jogou todos os doze jogos da equipe na Champions, tendo marcado onze tentos e dado três passes para gols. O atleta barcelonista já pode ser considerado o artilheiro da competição, pois quem mais têm gols com a camisa vermelha nesta Champions League é Javier Hernandéz, que foi as redes em quatro ocasiões.

O atleta mais festejado do lado Inglês é Wayne Rooney, de 25 anos, que atuou em 8 partidas na Champions, marcando três tentos e dando duas assistências aos companheiros. Segundo o zagueiro Puyol, Rooney é um grandíssimo jogador, que pode levar perigo para a zaga do Barça. O "shrek"- carinhoso apelido recebido da torcida em referência ao simpático ogro do filme de mesmo nome - vêm de uma temporada de altos e baixos. A eliminação na Copa e as más partidas feitas durante o mundial tiraram um pouco da confiança do jogador, que se envolveu em alguns problemas extra-campo e chegou a pensar em deixar os reds devils. Alex Ferguson reanimou o jogador, que foi peça fundamental no principal desafio da equipe na competição(o jogo contra o Chelsea, pelas quartas de final) marcando um gol e ajudando, e muito, seus companheiros durante a partida. Rooney cresceu na hora certa.

A despedida de Van der sar também é um ponto a se destacar no confronto. O arqueiro, de 40 anos, que disse que a decisão já vinha sendo pensada há tempos e que nada mudará após o término da partida, disputará sua terceira final de Champions League. Em 1995,  Van der Sar conquistou o título pelo Ajax, em cima do Milan. dai em diante, o jogador despontou para o mundo. Foi contratado pela Juventus em 1999, tendo passado duas temporadas na Itália. O goleiro holandês defendeu o Fulham, de 2001 até 2005, chegando então ao Manchester, clube em que seria ídolo. De 2005 até a atual temporada, Van der sar conquistou uma Champions League como jogador do Manchester. Essa será a quarta final que o atleta disputará.

Pep Guardiola, que disse que o Barça têm que mostrar mais que nunca ao mundo o seu futebol, deverá deixar Abidal(que volta aos poucos de um grave problema de saúde) no banco, escalando assim o zagueiro Puyol na lateral esquerda(vale lembrar que Adriano não pode defender a equipe catalã na Champions, já que disputou jogos pelo Sevilla nesta competição). Na final de 2009, Guardiola também escalou o polivalente Puyol na lateral, só que do outro lado. Mascherano deverá ser recuado à zaga, para atuar ao lado de Piqué. De resto, o Barcelona é a mesma equipe que vêm encantando o mundo na temporada. A disposição tática da equipe(4-3-3) deve ser a seguinte:


Alex Ferguson faz um pouco mais de mistério quanto sua escalação. O grande rodízio no elenco deixa dúvidas na cabeça de todos. A única certeza é que a dupla de zaga considerada a melhor do mundo, composta por Ferdinand e Vidic, deverá ser ponto decisivo no confronto. Ryan Giggs(que teve tornados públicos graves problemas pessoais, na última semana) é outro que deve ser confirmado como cérebro do time. No ataque, Berbatov deve seguir no banco, sendo a dianteira composta por Rooney e Chicharito Hernandéz. O provável Manhcester(que atuará num 4-3-3) para  a final é o seguinte:



Ás 15h:45m de sábado o mundo vai voltar os olhos para as duas equipes mais vitoriosas dos últimos anos no futebol mundial. O jogo bonito, o toque e a posse de bola do Barcelona se contrastarão com o jogo objetivo, mas não tão menos bonito do Manchester. O novo Wembley verá a decisão mais importante de sua história. Quem estiver presente no estádio poderá ver de perto a história sendo feita. A história do futebol só se engrandecerá no fim deste jogo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Funcionário nulo

São oito horas da manhã. Rita Preguiça levanta preguiçosamente de sua cama , reclamando , como sempre , de ter dormido pouco , já que no dia anterior ela ficara acordada até tarde para ver o capítulo final da novela. O caminho até o banheiro é longo , já que Rita anda vagarosamente , concatenando o que irá comer no café da manhã.
Já de banho tomado e após comer dois sandwiches naturais com coca-cola , a senhorita Rita , que se divorciou após a milésima briga com o ex marido pelo domínio do controle remoto , vai até o ponto esperar o 391 , ônibus que a leva até o seu emprego , um cartório localizado na esquina da rua Nada com a Lugar Nenhum , quatro quarteirões depois de sua residência. Passam trinta minutos e Rita chega ao recinto ,às 10h da manhã , reclamando do engarrafamento.
Rita se acomoda , lê o jornal , liga pra manicure , pra mãe , fuma um cigarro... o tempo passa assim,até que ela se cansa de "trabalhar" e vai dar uma volta , pedindo ao estagiário Hugo Faz Tudo ficar de olho caso alguém apareça. Uma hora depois Rita volta ao trabalho , termina de ler o jornal até a hora do almoço , sem que ninguém a incomodasse.Ela decide então ir almoçar , já que estava entediada. O restaurante é o mesmo de sempre assim como a comida: Arroz , feijão , camarão , batata frita , bife e uma saladinha para acompanhar.
Ao voltar ao trabalho , cerca de uma e meia da tarde , Rita resolve arrumar alguns trabalhos para o estagiário , já que ele não tinha feito nada de útil até o momento.Trabalhos que só serviram para a diversão da moça , nos últimos trinta minutos de serviço.Após o cansativo dia , a senhorita Rita vai ao bar , como de costume , beber e reclamar da vida dura no trabalho. Ela volta cedo para o lar , já que no dia seguinte terá de aguentar a mesma dura rotina cíclica de sempre.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Impressões de primeira viagem:Chile

Saindo do aeroporto,o primeiro sentimento ao pisar em território chileno foi de frio(não à toa o adjetivo de origem inglesa chilly-com o mesmo som de Chile-quer dizer "sentir frio").O aeroporto é um pouco distante da cidade(como o do Rio).No caminho deu para perceber a boa qualidade do asfalto da cidade de Santiago(durante toda a viagem não me lembro de uma rua esburacada,mesmo em áreas mais pobres da cidade).A chegada ao hotel acontece por volta das 22h.Resta tempo para jantar,arrumas as coisas no quarto e dormir para,no dia seguinte,conhecer um pouco do Chile.
O ônibus turístico chega ao hotel às 9h para o city tour.fomos,lentamente,observando os traços da cidade,que tinha,de forma charmosa,o rio mapocho a cortando de ponta a ponta(o rio têm uma extensão de 96 quilômetros).O comércio abre tarde(por volta das 10h,10:30h),inclusive as bancas de jornais.Eu estava doido para comprar um periódico chileno e a sorte me favoreceu:na primeira parada do ônibus,em uma praça em frente ao palácio de la moneda(sede do governo chileno que têm como presidente Sebastián Piñera)acontecia uma exposição da semana da imprensa.Resultado:peguei todos os jornais de Santiago e de cidades próximas.Os policiais da cidade são chamados de "los carabineros" em referência a carabina.Outro fato curioso que pode ser destacado após alguns minutos de caminhada na praça é a enorme quantidade de cachorros,de todos os tamanhos e raças,devido a proibição do governo de se matar os animais.
Pouco depois do almoço em um restaurante no centro(sendo o pescado o principal prato da região)fui visitar a vinícula Concha y toro,a maior do Chile,sendo exportadora de vinho para mais de 110 países pelo mundo.Chegando lá o visual é deslumbrante:jardins de beleza inenaráveis se misturam com um lago artificial e com a plantação,extensa,de vinho.Confesso que não sou muito fã de vinho,mas foi uma experiência ímpar visitar essa vinícula e degustar alguns de seus vinhos que,pela minha ignorância sobre o tema,não sei dizer o quão bom são.Além da exportação de vinho,a pesca e o cobre são outros grandes componentes da economia chilena.

Fotos por Danielle Grave

A cordilheira dos andes foi o destino no dia seguinte.Para subir até o resort valle nevado,que fica a 3000 metros do nível do mar,tivemos que percorrer um longo caminho de van.Chegando lá,subi cerca de 200 metros a pé,para ver uma das visões mais privilegiadas do mundo.A cordilheira têm esse nome em referência aos caminhos que existia entre as plantações,denominados pelos colonizadores espanhois da época de andes.Em um certo ponto não consegui subir mais,e a descida foi bem complicada(ainda bem que não têm vídeo dessa descida...),mas valeu a pena,pela visão magnífica que proporciona o local.A cordilheira protege o país de muitos eventos da natureza.Por um lado o Chile é protegido pelo mar,de outro pela cordilheira e no alto têm o deserto,que deixa o território do país praticamente isolado.Por esse motivo o chile é uma área privilegiada para a produção de vinhos,sendo os seus os melhores do mundo.


Na área cultural,destaco minha visita no múseo do Pablo Neruda,construído em uma de suas residências,na cidade de Valparaíso.a casa era de cinco andares,sendo o último o mais apreciado pelo escritor:sua mesa ficava perto de uma janela com vista para o oceano pacífico.Neruda era um admirador confesso do mar,mas preferia muito mais contemplá-lo do que navegá-lo.O escritor,que ganhou o nobel da literatura,também tinha seu lado impaciente:Neruda construiu um banheiro para ele,ao lado do convencional,já que sua mulher demorava muito tempo no banho.Em Valparaiso,região onde se localiza a casa do escritor,é localizado o principal porto do país.também na cidade podemos ver algumas favelas,e áreas mais pobres.
Entrar no Estádio Nacional do Chile foi muito fácil.de um lado pela desorganização da administração do estádio(já que não existe forma de marcar uma visita ao local),de outro pela sorte(já que no dia que fomos lá acontecia uma competição intercolegial de atletismo,e o segurança nos deixou entrar).Os lugares são todos com cadeiras,o gramado é bom e não existem pontos cegos no estádio.A área em volta do estádio é grande,o que possibilita uma saída tranquila do estádio.O Brasil foi campeão mundial em 1962 naquele campo.Fiquei muito aliviado ao ir nesse local histórico,já que foi o lugar mais complicado de conseguir informações de como entrar(se é que existiram informações).


Acompanhar um jogo em um país diferente é no mínimo estranho,mas divertido.Chegando ao estádio monumental(estádio do colo colo,localizado em uma área distante da cidade,perto da cordilheira)o clima não era tão diferente de um estádio daqui.A torcida do O´Higgins(rival do Colo Colo naquela peleja) chegou eum um ônibus fretado,acompanhado por dois ônibus da polícia.Os jogos no país costumam ser bem mais "agitados" e perigosos,mas o clima naquele dia era favorável:era feriado do dia das mães no país.Muitas crianças foram ao estádio com suas mães,comprando pacotes promocionais do clube.Cerca de 9 mil pessoas viram o Colo Colo fazer 5 a 1 no O´Higgins.Castillo,ex arqueiro do botafogo,é o jogador mais conhecido do clube que têm no argentino Miralles(que,dizem lá,vai para o Grêmio)o seu principal jogador.Na volta para casa o taxista fala um pouco do clima perigoso nos estádios chilenos em jogos importantes,como Universidad x Colo Colo.
A impressão que tive do Chile foi boa.O metro é muito bom(melhor que o do brasil),o frio é sustentável(pelo menos naquela época do ano),poucos mendigos vagam nas ruas,a população é educada(porém introvertida) e a cidade têm pontos lindos,assim como locais de construções mais precárias também(como qualquer lugar do mundo,diga-se de passagem).Se você quer viajar e não têm o dinheiro suficiente para ir para grandes centros turísticos,como Paris,Madrid e New York city,o Chile é uma boa saída.Até por isso,o número de brasileiros lá é grande.Vale a pena!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

As diferentes faces do Brasil

Sendo o Brasil o quinto maior país do mundo,com uma área de 8 514 876,599 km²,a formação de uma unidade cultural é praticamente impossível.O conceito de raça e meio pode exemplificar isso:as pessoas que vivem no clima seco do sertão nordestino tendem a ter comportamentos diferentes daquelas que convivem com a chuva praticamente todo o dia na região central do país.O meio em que o homem vive pode ser considerado um elemento chave na sua formação cultural.
A relação entre homem e ambiente é tratada no livro “O povo Brasileiro”,de Darcy Ribeiro,onde ele diz que “O homem se adaptou ao meio e criou modos de vida diferentes”.Esse pensamento segue a teoria de raça e meio,citada anteriormente.Pelo território extenso e pela grande variação climática de uma região para a outra,o Brasil acabou se diversificando culturalmente.Foram construídos vários “Brasis” paralelos,povos que vivem dentro do território demarcado como Brasileiro,mas que têm suas próprias culturas e crenças.
O bumba meu boi é um exemplo de uma manifestação cultural originada no nordeste que se baseava nas lendas de catirina e pai francisco,que demonstravam a fragilidade do homem diante da força do boi.Assim como o bumba meu boi,existem diversas outras festas que exprimem a cultura de uma região,como o Carnaval carioca,por exemplo.Apesar de se basear numa manifestação cultural exportada de Paris,o carnaval carioca a adaptou a cultura local e criou uma festa que exprime um pouco das crenças e lendas típicas do povo local.
A diversidade cultural também pode ser observada na diversidade linguistida do Brasil.As palavras passam a ter significado de acordo com o lugar que são faladas,ou seja,as palavras têm significados diferentes em regiões diferentes.Se você pedir,no Rio de Janeiro,um jirimum,difícilmente o feirante irá entender que você procura por uma abóbora.As gírias servem bem para exemplificar isso também:”Mano”,”Firmesa” e “Maloqueiro” são algumas gírias típicas das periferias de São Paulo e que,difícilmente,serão entendidas por um cidadão do Acre.
Outro importante fato que ajudou na diversificação cultural no Brasil foi a miscigenação.Estudiosos do início do séculu XX definem o Brasil como a mistura de três raças:o branco euroupeu,o negro escravo e o índio,que aqui já habitava antes dos outros.Esse fator histórico também pode ajudar a entender a diversidade cultural.As culturas desses três povos ajudaram a formar a diversidade cultural brasileira hoje existente.O candomblé é um exemplo disso.A religião foi trazida pelos escravos negros vindos da África,e é praticada até hoje no Brasil.
A cultura Africana foi mais assimilada na Bahia,já que o Estado foi capital da colônia e o tráfico de escravos era uma das principais fontes econômicas naquela época.Em São Paulo,a grande importação de mão de obra européia(principalmente italiana)contribuiu para a influência cultural que os europeus têm na cidade até hoje(o sotaque paulista por exemplo é fruto dos imigrantes italianos).Na região norte do país,muito por causa da amazônia,a cultura indígena ainda é muito marcante.Esses fatos ajudam a deixar ainda mais clara a diversidade cultural no Brasil e suas origens.
As diversidades culturais criaram vários movimentos separatistas,ao longo da história.Se existe a diversidade cultural,qual o motivo destes povos pertencerem a uma mesma “nação”?A revoluão farropilha e a conjuração baiana são exemplos de movimentos separatistas que lutaram pela independência de suas regiões.O único movimento separatista que teve resultado efetivo foi o da provincia cisplatina,que conseguiu independência e,mais tarde,formou a República do Uruguay.Até hoje existem movimentos separatistas,como “O sul é meu país”(que engloba Rio Grande do Sul,Santa Catarina e Paraná)e “Movimento São Paulo independente”.Esses movimentos só colocam na mesa as diversidades culturais existentes no Brasil hoje.